CÉU DE ARVENDELL

O Céu de Arvendell

Prólogo

Nas vastas terras de Arvendell, onde os ventos carregam o perfume das florestas antigas e os rios sussurram segredos de eras esquecidas, a lenda de um amor proibido nasceu. Era uma época de reis orgulhosos, cavaleiros honrados e magos misteriosos. O destino, como sempre, tramava seu próprio desígnio, entrelaçando caminhos impossíveis e corações solitários.

Capítulo I: A Donzela e o Cavaleiro

Lady Elenya de Varyen, filha do Duque de Ethelbor, observava da janela de sua torre os campos verdejantes. A primavera chegara, trazendo com ela os festivais e torneios. Contudo, para Elenya, não passava de mais uma temporada de suspiros e de sonhos presos entre os muros de pedra. Sua beleza era comentada pelos bardos: cabelos longos como fios de ouro, olhos azul-turquesa que refletiam o próprio céu.

Porém, Elenya ansiava por algo além de sua prisão dourada. Seu coração, rebelde e inquieto, esperava por um chamado que nem ela sabia nominar. Foi então, na manhã do grande torneio, que ela o viu pela primeira vez: um cavaleiro de armadura desgastada, cuja capa vermelha dançava ao vento. Seu cavalo negro, altivo e imponente, atravessava o pátio com a elegância de uma sombra viva e majestosa.

— Quem é aquele? — perguntou Elenya a uma de suas damas de companhia.

— É Sir Alarick, minha senhora. Um cavaleiro sem brasão. Dizem que é um errante, um homem sem terra nem títulos.

— Um cavaleiro errante... interessante!

A descrição apenas acendeu ainda mais sua curiosidade. Lady Elenya sentiu o coração pulsar como nunca antes. Um desconhecido, vindo dos confins do reino, que não buscava fama ou riquezas, mas algo que ninguém compreendia, sendo uma incógnita para todos no Reino.

Capítulo II: O Encontro ao Entardecer

Naquela noite, enquanto as tochas iluminavam o grande banquete no castelo, Elenya caminhou pelos jardins, fugindo da multidão de lordes e donzelas que sorriam falsamente. Sob o arco das árvores, encontrou Sir Alarick, sentado ao lado de uma fonte de pedra. A lua banhava sua figura solitária.

— Está perdido, milorde? — ela pausadamente perguntou.

Sir Alarick ergueu os olhos, e Elenya sentiu o ar faltar-lhe. Havia algo nos olhos dele – uma mistura de dor incontida e fogo ardente.

— Não, milady. Apenas me encontro em paz longe do ruído dos salões de festas.

— Por que um cavaleiro como você escolhe viver sem brasão ou títulos, questionou-o?

Ele sorriu, um sorriso triste.

— Brasões são apenas cores em estandartes, minha senhora. Meu juramento não pertence a um senhor, mas a uma promessa.

— Qual promessa, se quereis me contar?

— Proteger aquilo que é mais puro e verdadeiro.

O coração de Elenya, tão acostumado a batidas mornas, disparou como o tambor em uma caçada.

Capítulo III: A Profecia do Velho Mago

Dias depois, um mago encapuzado chegou ao castelo. Lorde Ethelbor o recebera com desconfiança, mas os conselhos dos magos eram ainda respeitados. O velho se aproximou de Elenya durante o jantar, tocando-lhe a mão.

— Sua beleza, milady, será a luz que guiará a espada da redenção.

O salão silenciou. Todos encaravam o mago.

— O que diz, senhor? — rugiu o duque.

— As sombras estão crescendo em Arvendell. Há um mal que se ergue no Norte, e apenas o amor verdadeiro será capaz de derrotá-lo. E Tu, Lady Elenya, e o cavaleiro sem nome... por ora...

Sir Alarick se ergueu da mesa.

— Basta, Senhor!

Mas o mago já estava deixando o salão, porém suas palavras continuou ecoando nos corações presentes. Elenya sabia, então, que seu destino estava irrevogavelmente ligado ao cavaleiro errante.

Capítulo IV: O Começo da Jornada

Na calada da noite, Elenya fugiu de sua torre. Montada em um corcel branco, ela cavalgou para longe do castelo, encontrando Sir Alarick às margens da floresta.

— Por que veio? — perguntou ele, visivelmente surpreso.

— Porque não posso ignorar meu destino. Se existe uma profecia, então é minha responsabilidade enfrentá-la.

Sir Alarick a observou por um instante longo, como se lutasse contra algo dentro de si.

— Muito bem, milady. Mas saiba que a estrada é sombria, e o que enfrentaremos pode destruir até o mais bravo dos corações.

— Então, destruiremos a escuridão juntos.

E assim, a donzela e o cavaleiro partiram, suas silhuetas desaparecendo na imensidão da noite, sob o olhar atento das estrelas.

— Estamos prontos, — disse ele, e a clareira foi tomada por uma luz cegante enquanto — Estamos prontos, — disse ele, e a clareira foi tomada por uma luz cegante enquanto o desafio começava. 

Capítulo V: O Desafio

Quando a luz cegante se dissipou, Elenya e Alarick se viram em um campo vasto e desolado, onde o solo era como cinzas e o ar carregava um odor de enxofre. No horizonte, erguiam-se três figuras encapuzadas, cada uma segurando uma chama flutuante em suas mãos pálidas. As figuras falaram em uníssono, suas vozes ecoando como trovões aos ouvidos dos aventureiros em busca da salvação de seu mundo entregues ao próprio destino:

— Vocês, que ousam desafiar o destino, devem provar seu valor em três provas. Escolham com sabedoria, pois apenas um coração puro e uma vontade inquebrantável poderão sobreviver.

Alarick deu um passo à frente, colocando-se entre Elenya e as figuras.

— Digam-nos quais são as provas.

A figura central ergueu a chama em sua mão, que se transformou em uma espada feita de fogo.

— Primeira prova: a coragem. Enfrentem o guardião das almas perdidas e provem que podem resistir ao medo.

As outras duas figuras completaram:

— Segunda prova: a verdade. Devem revelar os segredos mais profundos de seus corações, mesmo que isso os destrua.

— Terceira prova: a união. Apenas aqueles que caminham como um só podem atravessar a ponte para a luz.

Antes que pudessem reagir, o solo sob seus pés tremeu, e uma criatura colossal emergiu das sombras – uma besta alada com olhos de brasa e garras afiadas como lanças. Era o guardião.

— Elenya, fique atrás de mim! — gritou Alarick, empunhando sua espada.

Mas Elenya não obedeceu. Com uma coragem que ela mesma desconhecia, ergueu a espada de luz que havia recebido, juntos lutaram e venceram. 

Na segunda prova, que passaram a qual se resumia em amar e se amados mutuamente tornando-os um só em seus corações verdadeiros.

Terceira prova vencida foi a pela descoberta da união inquebrantável de lutarem e se protegerem em cada desafio.

Epílogo:

A jornada seria longa, repleta de perigos e segredos sombrios. Mas em meio às batalhas e às provas de coragem, Lady Elenya e Sir Alarick descobririam que o amor é a mais poderosa das magias, capaz de salvar reinos inteiros e destruir maldições ancestrais. Sob o céu estrelado de Arvendell, o amor despertou – um amor tão profundo e verdadeiro que nem o tempo ousaria apagar.

E dizem que, quando os ventos sopram pelas colinas de Arvendell, pode-se ouvir o eco dos passos do cavaleiro e da donzela, caminhando lado a lado. São memórias transformadas em lenda, são histórias contadas à luz das fogueiras. Porque um amor assim, tão puro e heroico, jamais se extingue. Ele vive para sempre nos corações daqueles que ainda acreditam na magia dos contos de outrora.

Fim!

Por: Igidio Garra®