CONTOS e FÁBULAS
Os contos abordam diversos temas, como amor, conflito, identidade, morte, fantasia, moralidade, isolamento, mistério, crescimento pessoal e aventura. Confira estas histórias tradicionais que possuem lições valiosas guardadas em cada palavra.
Contos: são narrativas curtas de ficção que apresentam uma história completa em um espaço restrito. Contos são histórias contadas há milhares de anos, de geração em geração, sendo de origem popular, são lendas, mitos, narrativas do folclore e histórias da literatura que, de tanto serem repetidas de geração em geração, têm importante papel na cultura brasileira. O conto é um gênero literário marcado pela concisão. Tais narrativas têm, em geral, poucos personagens, espaço e tempo restritos e um conflito único por definição do abstrato.
Fábulas: são narrativas de caráter ficcional e que usa a alegoria para construir seus sentidos. Os animais todos eles, que são personagens, possuem características humanas ou fantasmagórica, como a ganância, a preguiça, a inveja, a sabedoria, a astúcia, o trabalho, as conquistas, os fracassos, os heróis e heroínas etc...
Todo mundo tem a capacidade de mudar a si mesmo. O triunfo do verdadeiro homem surge das cinzas dos seus erros. Não chores porque acabou, sorria porque aconteceu. Otimismo é a fé que leva à realização; nada pode ser feito sem esperança, confie sempre.
A expressão o Canto do Cisne é uma metáfora que se refere geralmente à última tentativa de fazer algo grandioso por parte de uma pessoa antes de sua morte. A expressão é utilizada para exprimir as grandes obras finais dos artistas, ou também alguma tentativa final de manter a grandiosidade em alguma carreira, ou em qualquer outra esfera social.
LENDA DA ILHA
A Lenda da Ilha do Eco Eterno
Em um oceano distante, onde o mar sussurra segredos antigos, existe uma ilha conhecida apenas pelos mais corajosos ou mais tolos: a Ilha do Eco Eterno. Diz a lenda que esta ilha foi criada pelos deuses como um lugar de provação e sabedoria.
A história começa com um jovem pescador chamado Alvaro, que, em uma tempestade terrível, foi levado para longe de seu vilarejo. Quando acordou, estava na costa desta ilha misteriosa. A primeira coisa que notou foi uma peculiaridade estranha: todos os sons que fazia eram repetidos infinitamente, mas cada eco trazia uma variação, como se a ilha estivesse conversando com ele.
Alvaro começou a explorar, guiado pelos ecos. Cada passo, cada palavra, retornava com novas informações, conselhos ou advertências. Ele logo aprendeu que os ecos eram as vozes dos antigos habitantes da ilha, almas que haviam se fundido com a própria terra e agora queriam compartilhar suas histórias e sabedoria.
No coração da ilha, encontrou um lago cristalino, onde a água refletia não apenas o céu, mas também os pensamentos mais profundos de quem a olhava. Alvaro, ao se aproximar, viu não apenas seu reflexo, mas também suas dúvidas, medos e desejos. Ao tocar a água, uma voz clara e poderosa emergiu do lago:
"Tu, que chegaste até aqui, deves escolher. Levarás contigo o conhecimento de todos os ecos ou permanecerás aqui, guardião da sabedoria eterna?"
Alvaro, refletindo sobre sua vida humilde e o desejo de ajudar seu povo, escolheu o conhecimento. À medida que os ecos se fundiam em sua mente, ele percebeu que havia ganhado não apenas sabedoria, mas também a habilidade de entender e curar as almas.
Com esse novo poder, Alvaro voltou para seu vilarejo, onde usou seu conhecimento para trazer prosperidade e paz. A Lenda da Ilha do Eco Eterno passou de geração em geração, um lembrete de que às vezes, o maior tesouro não é o ouro, mas o conhecimento e a sabedoria que carregamos dentro de nós. Esta lenda é uma criação fictícia, mas reflete o espírito de muitas histórias que exploram a busca por conhecimento, o sacrifício e a interação entre o humano e o divino ou o desconhecido. Por: Igidio Garra®
O GAUDERIO
Prefácio
Ao abrir as páginas deste conto, o leitor adentra um universo de histórias que celebram a essência do Rio Grande do Sul, a terra dos gaúchos, onde o vento pampeano sussurra segredos antigos e o horizonte se estende como um convite à aventura. Este prefácio é uma porta para um mundo onde a tradição e a bravura se entrelaçam em narrativas que têm o cheiro do campo, o gosto do chimarrão e o som do galope. Neste conjunto de contos, exploramos não apenas paisagens, mas também os corações e almas dos personagens que as habitam. Cada história é um testemunho da cultura gaúcha, rica em valores como a hospitalidade, a camaradagem e a resiliência contra as adversidades. Aqui, você encontrará laços de amizade forjados no calor do fogo de chão, amores que resistem ao tempo como as coxilhas ao vento, e atos de coragem que ecoam na vastidão do pampa. Ao escrever estas palavras, meu desejo é que você, leitor, sinta-se não apenas um observador, mas parte integrante dessas histórias. Que cada página o leve a um novo encontro com a simplicidade e a grandeza do ser gaúcho. Este livro não é apenas um registro de passagens, mas uma homenagem ao espírito de um povo que sabe viver com intensidade cada momento, seja na lida diária ou nas festas da tradição. Espero que este prefácio seja o início de uma jornada literária que aqueça seu coração como um chimarrão bem preparado, e que ao fechar este livro, você carregue consigo um pouco mais da alma do Rio Grande.
Bom proveito das palavras e das emoções aqui contidas.
Era uma vez, lá nas vastas planícies do Rio Grande do Sul, um gauchão conhecido por todos como Gaudério. Gaudério era um homem de poucas palavras, mas de coração grande e coragem inabalável. Ele vestia bombachas, usava um lenço no pescoço, uma faca no cinto e um chapéu de feltro que já vira dias de sol e chuva. Gaudério era um homem de poucas palavras, mas de coração grande e coragem inabalável. Ele vestia bombachas, usava um lenço no pescoço, uma faca no cinto e um chapéu de feltro que já vira dias de sol e chuva.
Havia algo de enigmático em Gaudério, uma quietude que falava mais alto que qualquer discurso. Com ele, as palavras eram como moedas raras, usadas apenas quando necessário, mas cada frase, quando proferida, carregava um peso de sinceridade e sabedoria. Era como se ele entendesse que o verdadeiro diálogo se dava mais no silêncio, na observação da natureza e na compreensão dos corações ao seu redor.
Seu coração grande não se media apenas pela generosidade com que compartilhava seu mate ou pela mão estendida a quem precisasse de ajuda. Era também pelo amor profundo pela terra, pelos animais e pela cultura gaúcha que carregava consigo. Gaudério tinha uma capacidade inata de fazer com que todos se sentissem acolhidos, como se pertencessem a uma grande família sob o céu do pampa.
A coragem de Gaudério era algo lendário. Não era a coragem imprudente dos impetuosos, mas a de quem conhece os perigos e, ainda assim, enfrenta-os com determinação e serenidade. Ele era o primeiro a enfrentar uma tempestade para proteger o gado, o último a desistir de um amigo em necessidade. Essa coragem não vinha de uma busca por glória, mas de um sentido inato de dever e honra.
Sua vestimenta era um reflexo de sua vida. As bombachas, confortáveis para a lida no campo, eram a marca do peão autêntico. O lenço no pescoço, além de um detalhe estético, servia para proteger do sol e do frio, um testemunho de sua praticidade. A faca no cinto não era apenas uma ferramenta de trabalho, mas também um símbolo de defesa e honra, pronta para ser usada em momentos de necessidade, seja para cortar o assado ou para proteger o que era justo.
E o chapéu de feltro, ah, o chapéu! Era como um diário de sua vida. Cada rachadura, cada mancha, cada forma que o feltro tomou ao longo dos anos contava uma história. Era o testemunho silencioso de dias de sol escaldante e noites de chuva torrencial, de rodeios, invernadas e de todas as aventuras que Gaudério vivenciou. Esse chapéu não era apenas um acessório; era parte dele, uma segunda pele que contava ao mundo quem ele era sem precisar de palavras.
Gaudério, com sua simplicidade, seu silêncio eloquente e sua valentia, era, em essência, a personificação do que significa ser um gaúcho, um guardião das tradições e um exemplo vivo de que as verdadeiras virtudes brilham mais intensamente na discrição e na ação.
Gaudério vivia na estância do Seu Joaquim, onde era o peão mais respeitado. Seu trabalho era cuidar das vacas, dos cavalos e guiar o gado durante as invernadas. Mas o que mais amava era o chimarrão, que tomava ao cair da tarde, sentado na porteira do campo, olhando o horizonte se tingir de laranja.
Um dia, uma grande tempestade se abateu sobre a região, trazendo ventos fortes e uma chuva torrencial que ameaçava levar tudo pela frente. As águas subiram rápido, e o gado da estância começou a se dispersar, tomado pelo pânico. Seu Joaquim, desesperado, sabia que sem o gado, a estância não sobreviveria ao inverno.
Foi então que Gaudério, sem hesitar, montou seu cavalo mais fiel, um baio chamado Tordilho, e saiu na tempestade. Ele conhecia cada palmo daquelas terras, e mesmo com a água pela cintura, guiou o gado de volta para o pasto seguro. A chuva caía como se o céu estivesse chorando, mas Gaudério, com sua determinação, não parou até que o último boi estivesse seguro.
Quando a tempestade passou, todos na estância ficaram maravilhados ao ver o gado reunido. Seu Joaquim, emocionado, foi ao encontro de Gaudério, que estava encharcado, mas com um sorriso de satisfação no rosto.
"Tu és um verdadeiro gaudério, meu amigo," disse Seu Joaquim, oferecendo-lhe um mate quente. "Não sei o que seria de nós sem tua coragem."
Gaudério, com seu jeito calmo, apenas respondeu: "É o que um gaudério faz, patrão. Cuida do que é seu e do que é dos outros como se fosse seu."
E assim, a história de Gaudério se tornou uma lenda na região, contada de geração em geração nos rodeios, nos fogões a lenha, entre um mate e outro, como um símbolo da bravura e da hospitalidade gaúcha.
A lenda de Gaudério não se limitava aos limites da estância de Seu Joaquim; ela se espalhou como o vento, atravessando coxilhas, rios e estradas, até alcançar todos os cantos do Rio Grande do Sul. Em cada festa de peão, em cada fandango, seu nome era mencionado com respeito, sua história contada com um brilho nos olhos dos narradores.
Nos rodeios, onde a cultura gauchês se celebra em sua plenitude, Gaudério era lembrado durante as provas de laço, no momento em que a destreza e a coragem se faziam necessárias. Os mais jovens ouviam, atentos, enquanto os mais velhos contavam como ele, com sua calma e precisão, conseguia laçar o mais arisco dos bois, ensinando que a verdadeira mestria vem da paciência e do conhecimento da natureza.
À volta dos fogões a lenha, onde o calor das chamas era igualado apenas pelo calor humano, a história de Gaudério era compartilhada como um presente. O crepitar do fogo parecia acompanhar a narrativa, adicionando uma trilha sonora de autenticidade à lenda. Aqui, seu nome era sinônimo de hospitalidade, de como ele sempre tinha lugar para mais um, espaço para mais um chimarrão, e como seu coração era grande o suficiente para acolher qualquer um que chegasse à estância.
Entre um mate e outro, a lenda ganhava vida. O chimarrão, essa tradição milenar, era mais do que uma bebida; era um ritual de comunhão, de compartilhar histórias e sabedoria. Cada cuia passada de mão em mão carregava um pouco da alma de Gaudério, seu espírito de camaradagem e a lição de que a verdadeira riqueza está na simplicidade e no carinho pelo próximo.
A bravura de Gaudério se tornou um emblema para todos os gaúchos, um lembrete de que a coragem não é medida pela agressividade, mas pela habilidade de enfrentar as adversidades com dignidade e sem perder o senso de justiça. Sua história ensinou que ser valente é também saber cuidar, proteger e respeitar, valores que definem a essência do povo gaúcho.
E assim, Gaudério deixou seu legado não em monumentos de pedra, mas no coração do seu povo, nas palavras que ecoam através do tempo, e na maneira como cada gaúcho vive sua vida, sempre com um pé na tradição e outro na bravura. Ele se tornou mais do que um homem; tornou-se um símbolo, um farol de virtudes que guia gerações a serem melhores, mais unidas e mais verdadeiras à sua cultura.
Ele viveu muitos anos mais, sempre com o mesmo tipo chapéu, do estilo da mesma bombacha, e do mesmo amor pela terra e pelas tradições do Rio Grande.
Epílogo
E assim, ao fecharmos as páginas deste conto, deixamos para trás as aventuras e os dramas que ecoaram pelas coxilhas e charqueadas do Rio Grande do Sul. As histórias aqui contadas, como o vento pampeano, não se detêm; elas seguem vivas na memória e na tradição, passadas de geração em geração como o mate entre amigos.
Os personagens que conhecemos, quer tenham sido corajosos gaúchos, sábios estancieiros ou amáveis prendas, deixaram um legado de valores que transcendem o tempo. Eles nos ensinaram sobre lealdade, amor à terra e ao trabalho, respeito pelas tradições, e acima de tudo, sobre a força do espírito humano.
Ao terminarmos nossa jornada literária, esperamos que você, leitor, carregue consigo um pedaço desta cultura vibrante e resiliente. Que as palavras aqui escritas sirvam não só como entretenimento, mas como um convite para refletir sobre nossa própria história e identidade.
A vida no pampa continua, com seus dias de sol e de chuva, com suas festas e lutas, com seu chimarrão e sua música. E assim, ao dizer adeus a estas narrativas, não estamos realmente nos despedindo, mas sim, dando um "até breve". Pois a essência do gaúcho, como a própria terra do Rio Grande, é eterna e sempre nos convida a voltar, a celebrar e a recordar.
Obrigado por compartilhar este tempo conosco. Que as lições e os momentos vividos nestas páginas sejam uma companhia constante, como uma fogueira que aquece a alma nas noites frias do sul.
Com o coração gaúcho! Por: Igidio Garra®
O Asno
Era uma vez, numa pequena aldeia no interior do Brasil, um asno chamado Zézo. Zézo era conhecido por todos na vila por sua teimosia e, ao mesmo tempo, por sua força e lealdade. Ele pertencia a um fazendeiro de nome Junecildo
, que o utilizava para transportar cargas pesadas de um lado para outro da fazenda.
Certa manhã, enquanto Junecildo
preparava o carregamento de frutas para o mercado da cidade vizinha, Zézo estava particularmente inquieto. Ele sacudia as orelhas e batia os cascos no chão, como se estivesse tentando comunicar algo. Junecildo, no entanto, estava muito ocupado para notar o comportamento do asno e insistiu que ele começasse a jornada.
Ao saírem da fazenda, o céu começou a escurecer rapidamente. Nuvens densas se formaram, prenunciando uma tempestade iminente. Junecildo, preocupado, decidiu acelerar o passo, mas Zézo, ao contrário do que esperava, parou abruptamente no caminho entre montanas, perto do rio.
Junecildo, irritado, tentou forçá-lo a continuar, mas Zézo não se movia. Foi então que uma chuva torrencial começou a cair, transformando o caminho em um lamaçal. Junecildo
percebeu que se tivessem continuado, ambos poderiam terem se afogado ou ficado presos na lama. Em vez disso, encontraram abrigo em uma caverna próxima, que Zézo parecia conhecer bem.
Dentro da caverna, Junecildo
refletiu sobre a teimosia de Zézo. Ele percebeu que o que antes via como obstinação, teimosia na verdade, era uma forma de sabedoria e cuidado. Zézo sabia dos perigos e tinha protegido `à ambos.
Quando a chuva cessou, Junecildo
e Zézo voltaram para casa, até as águas baixarem com uma nova compreensão entre eles. Junecildo
passou a prestar atenção atentamente os sinais de Zézo, respeitando sua sabedoria. E Zézo, por sua vez, continuou sendo o fiel e forte companheiro que sempre fora, mas agora, com o reconhecimento e o respeito que merecia.
E assim, a história de Zézo, o asno, se tornou uma lenda na aldeia no decorrer do tempo, ensinando a todos que, às vezes, aquilo que parece ser obstinação ou teimosia provou ser apenas uma forma de proteção e sabedoria silenciosa. (Igidio Garra)
Como Agradar
Em uma pequena vila encravada entre colinas verdejantes, vivia um jovem chamado João. Ele era conhecido por sua bondade e desejo incessante de fazer os outros felizes. Mas havia um problema: João não sabia como agradar as pessoas ao seu redor. Certa manhã, enquanto caminhava pelo mercado, João encontrou Dona Rosa, uma senhora idosa que sempre parecia triste. Com um sorriso, ele se aproximou dela e perguntou:
— Dona Rosa, o que posso fazer para alegrar seu dia?Dona Rosa, com um olhar cansado, respondeu:
— Meu querido João, tu já fazes muito ao perguntar. Mas, se quer saber, eu adoraria um jardim cheio de flores, como o que tinha na minha juventude.
João, sem hesitar, passou os próximos dias cavando, plantando e cuidando de um pequeno jardim ao lado da casa de Dona Rosa. Um tempo depois quando ela viu o jardim florido, seus olhos brilharam com uma alegria antiga.
— Você realmente sabe como agradar, João — disse ela, agradecida.
Inspirado por esse sucesso, João decidiu continuar sua missão. No dia seguinte, encontrou o Sr. Luís, um ferreiro solitário cujas mãos estavam sempre manchadas de fuligem. João perguntou:
— Sr. Luís, como posso alegrar seu dia?
O ferreiro, surpreso com a pergunta, pensou um momento antes de responder:
— Faz anos que não toco uma música. Se ao menos eu tivesse um violino...
João, determinado, gastou quase todas as suas economias para comprar um violino em uma cidade vizinha. Quando entregou o instrumento ao Sr. Luís, as notas que o ferreiro extraiu do violino ecoaram pela vila, trazendo alegria não só a ele, mas a todos que ouviram.
Mas João não parou por aí. Ele visitou cada morador, perguntando como poderia alegrar seus dias. Para uns, trouxe livros; para outros, preparou refeições quentes; para alguns, simplesmente ofereceu companhia. Cada gesto, por menor que fosse, era feito com todo o coração.
Um dia, enquanto descansava sob uma árvore, João foi abordado pela jovem Marta, que ele secretamente admirava. Com um sorriso tímido, ela disse:
— João, você já agradou a todos na vila, mas como eu posso te agradar?
João, surpreso e feliz, respondeu com simplicidade:
— Marta, sua presença aqui já é o bastante para me alegrar.
E assim, através de pequenos atos de bondade e atenção, João não só aprendeu como agradar os outros, mas também descobriu que o segredo para a verdadeira felicidade está em dar sem esperar nada em troca. A vila, agora mais alegre e unida, prosperava, e João, com seu coração cheio de amor e gratidão, encontrou sua própria felicidade na alegria dos outros. (Igidio Garra)
A Fábula do Vento Minuano
Nos vastos campos do Rio Grande do Sul, onde o céu se encontra com a terra numa dança eterna, vivia o Vento Minuano. Este não era um vento qualquer; era conhecido pela sua força, frio e pela habilidade de mudar o clima em um piscar de olhos. Certa vez, o Minuano, orgulhoso de sua potência, decidiu provar que era o mais poderoso de todos os ventos. Desceu das serras, varrendo tudo em seu caminho, com um sopro gélido que fazia os galhos das árvores se dobrarem e as folhas dançarem ao seu comando. Ao chegar à planície, encontrou o Sol, que brilhava com toda a sua majestade, aquecendo a terra e trazendo vida à vegetação. "Sol," disse o Minuano com um tom de desafio, "vejo que tentas aquecer o mundo com teu brilho. Mas eu, com meu vento frio, posso fazer os homens tremerem e as plantas se curvarem." O Sol, sempre sereno, olhou para o Minuano e respondeu com um sorriso caloroso: "Querido Minuano, força não é tudo. Se você realmente quer provar sua superioridade, vamos fazer um teste. Vê aquele gaúcho lá embaixo, o que está com o seu poncho ao sol? Quem conseguir fazer com que ele tire seu poncho primeiro, será o mais poderoso."
O Minuano, confiante, iniciou o desafio. Soprou com toda a sua força, tentando arrancar o poncho do gaúcho com rajadas geladas. Mas quanto mais ele soprava, mais o gaúcho apertava seu poncho contra o corpo, resistindo ao frio. O Minuano, exausto, finalmente parou, reconhecendo sua derrota momentânea. Então, foi a vez do Sol. Ele não usou força bruta; ao invés disso, começou a brilhar mais intensamente, envolvendo o gaúcho em um abraço de calor. Pouco a pouco, o gaúcho sentiu o conforto do calor, e sem resistência, tirou o poncho, colocando-o sobre o braço, desfrutando da agradável temperatura. O Minuano, observando a cena, ficou pensativo. "Como pode ser?" perguntou-se, "Eu usei toda minha força, e você, com sua suavidade, venceu."
O Sol, com sabedoria, respondeu: "Minuano, a verdadeira força não está apenas na potência, mas na gentileza, na paciência e na compreensão. A força bruta pode intimidar, mas é o calor da bondade que realmente transforma." Desde então, o Minuano aprendeu uma lição valiosa. Ele continuou a soprar forte e frio, mas agora, em certos momentos, suavizava seu vigor, trazendo não apenas o frio das serras, mas também um frescor que complementava o calor do sol, mostrando que até mesmo o vento mais impetuoso pode aprender a dançar com a vida de uma maneira mais harmoniosa.
E assim, a fábula do Vento Minuano se espalhou pelas coxilhas, ensinando a todos que a verdadeira força reside na combinação de poder com sabedoria e gentileza.
João e o Natal
Era véspera de Natal em um pequeno vilarejo brasileiro, e todos estavam empolgados para a grande festa. No entanto, o protagonista desta história era João, um homem conhecido por sua bondade, mas também por sua notória falta de sorte e habilidade em preparativos festivos. João decidiu que este ano seria diferente. Ele se propôs a fazer o melhor peru de Natal que o vilarejo já tinha visto. Comprou todos os temperos, o peru mais gordo do mercado e, com muita determinação, começou a preparação. Mas, como era de se esperar, as coisas começaram a dar errado assim que ele colocou o peru no forno. Primeiro, ele esqueceu de tirar o plástico que envolvia o peru. Quando percebeu, o cheiro de plástico derretido já havia tomado conta da cozinha. Desesperado, ele abriu todas as janelas, e o cheiro se espalhou pela rua, fazendo os vizinhos pensarem que alguém estava queimando pneus. Depois de limpar tudo e começar de novo, João decidiu que precisava de uma ajuda divina. Colocou uma vela acesa ao lado do forno para "abençoar" o peru, mas a vela, claro, caiu sobre a toalha de mesa, quase causando um incêndio na cozinha. O bombeiro local, que já estava acostumado com os incidentes natalinos de João, chegou em poucos minutos para apagar o pequeno incêndio. Para piorar, quando João finalmente conseguiu assar o peru sem mais desastres, ele o deixou esfriar na varanda, onde o cachorro da vizinha, o travesso Rex, decidiu que aquele seria o melhor presente de Natal para ele mesmo. Em questão de minutos, o peru desapareceu, levando com ele os sonhos de João de ser o melhor cozinheiro natalino. No fim, João acabou comprando uma pizza congelada, que serviu de jantar para a família e amigos. A reunião foi cheia de risadas, não pela comida, mas pelas histórias do Natal desastrado de João. Todos concordaram que, na verdade, o Natal não é sobre o peru perfeito ou a ceia impecável, mas sobre estar juntos, rir das próprias desventuras e celebrar o amor e a união. E assim, João, apesar de sua falta de sorte, acabou proporcionando o Natal mais memorável e engraçado que o vilarejo já tinha visto, provando que às vezes, os melhores momentos nascem das situações mais inesperadas.
O Camponês
Era uma vez, num pequeno vilarejo no interior do Brasil, um camponês chamado João. João era um homem simples, de rosto curtido pelo sol e mãos calejadas pelo trabalho na terra. Sua vida girava em torno de sua pequena propriedade, um pedaço de chão que herdara de seus pais e que ele cultivava com amor e dedicação. Todos os dias, antes do nascer do sol, João levantava-se para acompanhar o canto dos galos. Ele começava seu dia com um café preto, forte como o solo que trabalhava, e saía para o campo. Seus dias eram ritmados pelo som das enxadas cavando a terra, pelo ranger das carroças cheias de milho e pelo murmúrio das folhas ao vento. João plantava feijão, milho e mandioca, além de cuidar de algumas galinhas e de um porco que seria a festa de fim de ano da família. A vida de João não era fácil. Havia anos em que a chuva era escassa e a terra se tornava dura e infértil, outros em que a chuva vinha em demasia, lavando embora suas esperanças junto com a terra. Mas João era um homem de fé e perseverança. Ele acreditava que, com trabalho duro e a bênção dos céus, as coisas melhorariam. Nos domingos, João deixava de lado o chapéu de palha e vestia suas melhores roupas para ir à igreja. Lá, encontrava-se com os vizinhos, compartilhava histórias e conselhos sobre plantio, e às vezes, até encontrava tempo para um sorriso ou uma risada. Era no convívio com a comunidade que João encontrava forças para continuar. João tinha uma esposa, Maria, e dois filhos, Lucas e Ana. Maria trabalhava ao lado dele no campo, mas também cuidava da casa, transformando o pouco em muito com suas mãos habilidosas. Lucas, já adolescente, começava a aprender os segredos da terra com seu pai, enquanto Ana, mais nova, sonhava com um futuro além das plantações. A vida de João era simples, mas rica em momentos de beleza e simplicidade. Ele vivia para ver o sorriso de sua família, para sentir o cheiro da terra molhada após a chuva, para ouvir o som da colheita sendo celebrada. Cada ano que passava, João sentia um orgulho silencioso pelo que conseguira manter e construir. Quando envelheceu, João passou a olhar mais para o horizonte do que para o chão. Ele via seus filhos crescerem, casarem e, quem sabe, um dia, retornarem à terra que ele tanto amava. E, no final de tudo, João sabia que sua história, como a de tantos camponeses, era uma história de amor à vida, à terra e ao trabalho honesto. E assim, João, o camponês, viveu seus dias, deixando um legado de simplicidade e resiliência, ensinando que a verdadeira riqueza está no coração, na família e na terra que nos sustenta. [IgiPatriota]
O MENESTREL
Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! (Veronica Shoffstall)
Transcrição
Depois de algum tempo tu descobre a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E tu aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. (Veronica Shoffstall)
Cisnes
A expressão tem origem na crença de que o cisne branco cygnus olor vivia toda sua vida a gorjear sem muita beleza ou mesmo sem emitir sons, realizando essa ação apenas antes de morrer. Nesse momento derradeiro, um belo canto ecoava do cisne antes de sua morte. Por isso, refere-se à obra de final de um grande artista, que teria acumulado inspiração durante sua vida para no final conceber uma bela obra de arte. Uma possível primeira menção a essa expressão teria sido feita por Sócrates, antes de se suicidar com a ingestão de cicuta, em 399 a.C.. Platão, no diálogo Fédon, apresenta uma última frase de Sócrates, na qual o grande filósofo grego havia feito referência aos cisnes: "Quando sentem a hora da morte se aproximar, essas aves, que durante a vida já cantavam, exibem então o canto mais esplêndido, mais belo; eles estão felizes de ir ao encontro do Deus do qual são os servidores. (...) Eu, pessoalmente não acredito que eles cantem de tristeza; acredito, ao contrário, que, sendo as aves de Apolo, os cisnes possuam um dom divinatório e, como presentem as alegrias que gozariam no Hades, cantam, nesse dia, mais alegremente do que nunca." Durante muito tempo, acreditava-se ser verdade essa ação do cisne branco. Vários foram os poetas ou mesmo músicos que se referiram a ela. (Tales Pinto) Nota: Porém, os cientistas desmentiram a história. Os cisnes brancos não são mudos, pois grunhem e assoviam durante toda sua vida. Também não realizam nenhum canto ao morrer. Essa situação mostra como as expressões quando criam raízes culturais são difíceis de serem utilizadas, valendo mais seus sentidos metafóricos, que sua verdade científica. (OÁSIS Para José Cláudio Abreu, Luiz Carlos Moura e o negrinho Jorge)
A brincadeira
Não era difícil: bastava que nos concentrássemos o
suficiente para conseguirmos transformar tudo que havia em volta. E
treinados como estávamos nas imaginações mais delirantes, era
relativamente fácil avistar um deserto na rua comprida e um oásis no
arco branco do portão do quartel, lá no fundo. Algumas vezes tentamos
iniciar um ou outro guri da nossa idade, mas eles não conseguiam
nunca chegar até o fim. Os mais persistentes alcançavam a metade do
caminho, mas era mais comum rirem de saída e irem cuidar de outra
coisa. Talvez porque, ao contrário de nós três, nunca houvessem visto o
quartel por dentro, com seus lagos, cavalos, alamedas calçadas,
eucaliptos, cinamomos, soldados.
Acho mesmo que foi naquela tarde em que visitamos o quartel pela
primeira vez que a brincadeira nasceu. Absolutamente fascinados,
sentimos necessidade de vê-lo mais e mais vezes, principalmente
ficamos surpresos por não termos jamais imaginado quantas
maravilhas se escondiam atrás daquele portão branco, e tão tangíveis,
ali, no fim da rua de nossa casa. Não sei de quem partiu a idéia mas,
seja de quem foi, ele foi muito sutil ao propô-la, disfarçando a coisa de
tal jeito que não suspeitamos tratar-se de apenas um pretexto para
visitar mais vezes o quartel. Claro que não confessaríamos claramente
nosso fascínio, tão empenhados andávamos em, constantemente,
simular um fastio em relação a todas as coisas. Fastio esse que, para
nós, era sinônimo de superioridade.
Era preciso bastante sol para brincar ― fazíamos questão de ficar
empapados de suor e de sentirmos sobre as cabeças aquela massa
amarela quase esmagando os miolos. Era preciso também que não
houvesse chovido nos dias anteriores, pois por mais hábeis que fôssemos para distorcer pequenos ou grandes detalhes, não o éramos a
ponto de aceitar um deserto lamacento. Quando todas essas coisas se
combinavam, a proposta partia de qualquer um de nós.
Brincar de oásis era a senha, e imediatamente caíamos no chão,
ainda desacordados com o choque produzido pela queda do avião onde
viajávamos, depois lentamente abríamos os olhos e tateávamos em
volta, no meio da rua, tocando as pedras escaldantes da hora de sesta.
Quase sempre Jorge voltava a fechar os olhos dizendo que preferia
morrer ali mesmo do que ficar dias e dias se cansando à toa pelo
deserto. E quase sempre eu apontava para o arco no fim da rua,
dizendo que se tratava de um oásis, que meu avião já havia caído lá
uma vez e que, enfim, tinha experiência de caminhadas no deserto. Em
seguida Luiz investigava os bolsos e apresentava algum biscoito velho,
acrescentando que tínhamos víveres suficientes para chegar lá.
Convencido Jorge, tudo se passava normalmente. Aos poucos nossas
posturas iam decaindo: no fim da primeira quadra, tínhamos os ombros
baixos, as pernas moles ― na altura do colégio das freiras começávamos
a tropeçar e, para não cair, nos segurávamos no muro de tijolos
musguentos.
A partir do colégio as casas rareavam, e além de algumas pensões
de putas não havia senão campo, cercas de arame farpado e a poeira
solta e vermelha do meio da rua. Então, sem nenhum pudor,
andávamos nos arrastando enquanto algumas daquelas mulheres
espantosamente loiras nos observavam das janelas por baixo das
pálpebras azuis e verdes, pintando as unhas e tomando chimarrão em
baixo das parreiras carregadas. Tudo se desenvolvia por etapas que
eram vencidas sem nenhuma palavra, sem sequer um olhar. Raramente
alguém esquecia alguma coisa. Apenas uma vez Jorge não resistiu e,
interrompendo por um momento a caminhada, pediu um copo d'água
para uma daquelas mulheres. Eu e Luiz nos entreolhamos sem falar,
escandalizados com o que julgávamos uma imperdoável traição. Mas a
tal ponto nos comunicávamos que, mal voltou, a água ainda pingando
do queixo, Jorge justificou-se com um sorriso deslavado: ― Foi uma miragem.
A partir de então as miragens se multiplicaram ―, vacas que
atravessavam a rua, pitangueiras no meio do campo, alguma pedrada
num passarinho mais distraído. Chegávamos no portão e ficávamos
olhando para dentro, sem coragem de entrar, com medo dos dois
soldados de guarda. Lá dentro: o paraíso. Mas era como se tivéssemos
entrado: voltávamos novamente eretos, bem-dispostos, com as peças
para consertar o avião caído e que, sem a menor explicação, tínhamos
encontrado entre duas palmeiras.
Houve um versão de seca tão intensa, sol, poeira, sede e
crepúsculos esbraseados, que brincávamos quase todos os dias.
Acabamos fazendo amizade com um soldado que ficava de guarda às
segundas, quartas e sextas. Aos poucos, então, começamos a subornálo, usando os métodos mais sedutores, adestrando-nos em cinismos.
Começamos por mostrar a ele figurinhas de álbum, depois levando
revistas velhas, biscoitos, rapaduras, pedaços de galinha assada do
almoço de domingo, garrafas vazias e, finalmente, até mesmo alguma
camisa que misteriosamente desaparecia do varal de casa. Mas a vitória
só foi consumada quando Dejanira, a empregada, entrou em cena. Com
muito tato, conseguimos interessar o soldado numa misteriosa mulata
que espiava todos os dias a sua passagem para o quartel, de manhã
cedinho, escondida atrás da janela da sala. Era uma mulata tímida e
lânguida, que fazia versos às escondidas e pensava vagamente em
suicídio nas noites de lua cheia. Dejanira parecia um nome muito
vulgar para uma criatura de tais qualidades, então tornamos a batizá-la
de Dejanira Valéria e, pouco a pouco, fomos acrescentando mais e mais
detalhes, até conseguir enredar o soldado a um ponto que ele chegava a
nos convidar para entrar no quartel. Antes do avião cair nos
esmerávamos em forjar bilhetes cheios de solecismos e compor versos
de pé quebrado em folhas de caderno, sensualmente assinados por
docemente tua, Dejanira Valéria, numa caligrafia que Luiz
caprichadamente enchia de meneios barrocos altamente sedutores. E
na hora do banho Dejanira não entendia por que a tratávamos com tanto respeito, chamando-a candidamente de doce Valéria, até que nos
enchia de cascudos e palavrões. Mas a confiança do soldado estava
ganha: já agora se empenhava em nos agradar, atraindo-nos para
dentro do quartel e permitindo que ficássemos horas zanzando pelo
pátio calçado, as árvores pintadas de branco até a metade, os cavalos
de cheiro forte e crina cortada, apitos, continências, bater de pés e
outras senhas absolutamente incompreensíveis e deslumbrantes em
seu mistério. Coisas estranhas se passavam ali, e tínhamos certeza de
estarmos lentamente ingressando numa espécie de sociedade mágica e
secreta.
Foi quando, uma tarde, tudo se passando exatamente como das
outras vezes, nos encontramos os três parados à frente de um portão
sem guarda. Não conseguimos compreender, mas estávamos tão
habituados a entrar e a passar despercebidos que, como das outras
vezes, entramos. Havia um movimento incomum lá dentro: carroças se
chocavam, armas passavam de um lado para outro, soldados corriam e
gritavam palavrões, o chão estava sujo de estéreo, os cavalos todos
enfileirados. Conseguimos passar mais ou menos incógnitos pelo meio
da babilônia, até chegarmos numa sala onde nunca estivéramos antes.
Examinamos as paredes vazias, depois descobrimos num canto, sobre
uma mesa, um estranho aparelho cheio de fios. Jorge descobriu um
microfone e, por algum tempo, ficamos ali parados, sem compreender
exatamente o que era aquilo, mas certos de que se tratava de uma peça
importantíssima para o funcionamento de toda a organização.
Estávamos tão entretidos na descoberta que não percebemos
quando entraram dois soldados com fardas diferentes das dos outros,
com penduricalhos coloridos nos ombros. Fui o primeiro a vê-los, mas
não foi possível avisar os outros: os soldados já avançavam sobre nós,
vermelhos, segurando-nos pelos ombros e nos sacudindo até que Jorge
começasse a chorar e a chamar pela mãe. Falavam os dois ao mesmo
tempo, aos berros. Depois, com mais alguns trancos, nos jogaram num
canto. Um deles, de enorme bigode preto, avançou para nós e, com uma
voz que me pareceu completamente hedionda, disse que ficaríamos presos até aprendermos a não nos meter onde não era da nossa conta.
Ainda discutiu um pouco com o outro, que parecia estar do nosso lado,
pelo menos torcemos para que fosse assim. Mas não adiantou nada: o
de bigode enorme disse que era só um susto, e saiu nos empurrando
até a prisão.
Era um quartinho ainda menor que o de Dejanira, infinitamente
mais sujo e frio, apesar de todo o calor que fazia lá fora, com uma
janelinha gradeada na altura do teto. Ficamos ali durante muito tempo,
incapazes de dizer qualquer palavra, num temor tão espesso que não
era preciso evidenciá-lo através de um grito. Jorge chorava, eu e Luiz
nos encolhíamos contra as paredes. Pensamentos terríveis cruzavam a
minha cabeça, pelotões, fuzilamentos, enquanto uma dor de barriga se
tornava cada vez mais insuportável, até escorregar pelas pernas numa
massa visguenta.
Já era noite quando vimos com alívio a porta se abrir para dar
passagem ao soldado nosso conhecido. Sem falar nada, fomos levados
para casa num jipe militar. Mamãe estava descabelada, as vizinhas
todas em volta, as luzes acesas: entramos na sala pela mão do soldado,
que falou rapidamente coisas que não conseguimos entender, enquanto
todo mundo nos envolvia em beijos e abraços, logo contidos quando
perceberam meu estado lastimável. Mamãe disse que a culpada era
Dejanira, que não cuidava de nós; papai disse que a culpada era
mamãe, que nos entregava a Dejanira; Dejanira disse que os culpados
éramos nós, uns demônios capazes de enlouquecer qualquer vivente;
mamãe disse que Dejanira era uma china desaforada, e que demônios
eram os da laia dela, e que o culpado era papai, que achava que em
criança não se bate; Dejanira disse que não ficava mais nem um minuto
naquela casa de doidos; papai disse que mamãe não nos dava a
mínima; mamãe disse que era uma verdadeira escrava e que os homens
só queriam mesmo as mulheres para aquilo; papai disse que não podia
dar atenção a seus faniquitos na hora em que o país atravessava uma
crise tão grave. E acabaram os três gritando tão alto quanto os dois
soldados de farda diferente, com penduricalhos coloridos nos ombros Depois do banho assistimos à partida de uma Dejanira nem um
pouco Valéria e muito menos lânguida: jogava as roupas na mala e
resmungava desaforos em voz baixa. Doía vê-la ir embora, mas as
chineladas e a vara de marmelo doeram muito mais. Fomos postos na
cama sem jantar. Ficamos muito tempo acordados no escuro, ouvindo o
som do rádio que vinha da sala e os passos apressados na rua. Antes de
dormir ainda ouvi a voz de Jorge perguntando a Luiz c que era uma
revolução, e um pouco mais tarde a voz de Luiz, apagada e hesitante,
dizer que achava que revolução era assim como uma guerra pequena.
Mais tarde, não sei se sonhei ou se pensei realmente que os aviões não
caíam no meio das ruas, e que as ruas não eram desertos e que portões
brancos de quartéis não eram oásis. E que mesmo que portões brancos
de quartéis fossem oásis e cinamomos pintados de branco até a metade
fossem palmeiras, não se encontraria nunca uma peça de avião no meio
de duas palmeiras. E por todas essas coisas, creio, soube que nunca
mais voltaríamos a brincar de encontrar oásis no fim das ruas. Embora
fosse muito fácil, naquele tempo.
Conto do livro O ovo apunhalado.
Conto: Boneco de neve.
A primeira vez e única que visitei a Escandinávia em 1982 uma cena me chamou atenção. Era inverno. E a noite começava a partir das 14 h da tarde. Um frio e muita neve no chão. Um sol ralo sem vida esquentava aquela cidade. Entrei em um bar cheio. E vou revelar para vocês outra coisa que me chamou atenção. Estava silencioso. Não se ouvia nada. Parecia que estava entrando em uma dimensão totalmente diferente. Parecia que estava dentro do museu de cera Madame Tussauds. Lembro-me que um amigo em tom de piada me disse: O carnaval existencial dos noruegueses é animado, não? Era fim de janeiro, perto do carnaval no Brasil. Essa foi a imagem que ficou de mais impressionante marcada em minha memória sobre aquela cidade chamada Oslo. Não falo isso para desmerecer o povo norueguês, de maneira alguma. Adorei a viagem. Pessoas educadas, lindas. Mas senti algo que nunca tinha visto em lugar algum. Nem em Copenhagen. Uma melancolia infinita. É bom que se diga que a existência da violência dos nórdicos tem uma característica muito particular, mas nada que se compare a nossa carnavalesca e feliz violência. Um dado que verifiquei no Google é que no Rio de Janeiro entre 1990 e 2013, um número assustador de pessoas desapareceu. Agora se preparem para estatística cruel. Preparados? Foram mais de 90 mil desaparecidos no estado nos últimos 23 anos, mas não se sabe quantos estavam sob custódia policial, afirma o sociólogo Fábio Araújo. Em outras palavras, somadas todas as ditaduras latino-americanas, nos "chamados" anos de chumbo, não cobrem esse número avassalador. Portanto, ao ler os livros sobre os crimes cometidos nos romance policiais nórdicos, recomenda-se não ter complexos de superioridade com os nossos, ok? O livro Boneco de Neve do escritor Jo Nesbo definitivamente não deve ser lido por aqueles que sofrem de doenças cardíacas. O livro é macabro e perturbador. Com um roteiro ágil, hábil e com sequências de ações repletas de adrenalina e uma série de questões sociais levantadas ao longo das páginas que se sucedem. O protagonista dessa trama tem no inspetor Harry Hole um homem de difícil trato principalmente com os seus superiores. Harry Hole tem pavio curto, não é daqueles que chegam na hora certa no trabalho. As mulheres de sua vida gostam dele, mas não o admiram. A única coisa que pode ser dita a seu favor que ele é o melhor na profissão. Outro detalhe que pode ser dito a seu favor é que ele persegue os assassinos com um fervor quase mítico, uma fúria desmedida de um descendente de Thor. Ele não dá descanso. E muito menos descansa. Ele obedece aos seus instintos primários básicos. Mas é com a inteligência que ele se locomove e apura os fatos. Sempre pronto para dar o bote final. É uma lenda no departamento de polícia em Oslo, na Noruega. Em Boneco de Neve Harry Hole vai ter que se deparar com um assassino em série. Só que esse psicopata faz questão de deixar a sua marca indelével. E qual é a sua marca? Um boneco de Neve. Suas vítimas são mulheres. E tudo começa numa noite de novembro em Oslo, a neve começa a cair. Um menino acorda e não vê sua mãe, ele descobre pegadas molhadas na escada. E na medida em que o sentimento de horror vai crescendo, e cada frase vai sendo lida, o menino olha na janela do quarto. Um lenço de sua mãe de cor rosa envolta em um boneco de neve sob a luz do luar. Após essa abertura que é de gelar o sangue, fica a questão como vou sair desse livro? Não há jeito. Você já foi pego.Harry Hole tem um novo desafio, dessa vez no interior do próprio Departamento de Polícia. Sua nova parceira Katrine Bratt, que pode ser tudo aquilo que Harry Hole está precisando, ou seja, uma pessoa que goze do respeito desse policial cheio de paranoias. Será? Pela primeira vez em sua carreira Harry se vê confrontado com um assassino em série que opera em seu território, assassino que vai levá-lo à insanidade que o transforma em um peão de um jogo mortal. Mas se você pensa que o assassinato narrado foi apenas um caso isolado, é bom "take the little horse from rain."Mães e esposas podem desaparecer em dia de nevascas. Mas dessa vez ele recebe uma carta do suposto assassino, um assassino que se autointitula, e assina suas obras como boneco de neve. Alguns dias depois, outra descoberta macabra é feita: a cabeça decepada de outra mulher, colocado em cima de um boneco de neve. (deconheço o autor) se souberem me avisem para dar o crédito!
Conto Ciclo da Vida:
A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
Contos do Poente:
Conheci Rita Paschoalin, uma das autoras do livro em questão, através do Facebook. Nunca conversamos, mas ao saber que eu tinha o blog, me enviou gentilmente o livro para que eu o conhecesse. Bem, "Contos do Poente" chegou lá em casa e eu li –e gostei. No primeiro contato com o texto, percebe-se uma grande sintonia entre Luciana Nepomuceno e Rita Paschoalin, escritoras, e Joana Faria, ilustradora, que pontua o texto com seu traço fino e bem humorado. Os contos são assinados e intercalados pelas autoras que possuem cada uma o seu próprio estilo, que mesmo assim não quebra a unicidade do livro, mas se tornam próximos em função da sensibilidade de ambas em narrar algumas lembranças e tecerem tão bem as linhas entre a prosa e a poesia. Foram 190 páginas que passaram voando por minhas mãos, através de contos que me conduziram, em alguns trechos, às minhas próprias lembranças. E é nesses momentos que a profissão de Livreiro se torna um presente diário: descobre-se bons livros e escritores a todos momentos. Então, para quem indicar essa obra? Pergunta que sempre me faço quando encerro um livro e o considero bom. "Contos do Poente" é para todos que apreciam, antes de tudo, as palavras e a delicadeza de tudo que não se retém na memória, mas exige seu registro. Um livro onde a identificação com algumas passagens se dará naturalmente. E isso faz parte da história. O livro foi editado pelo grupo Ediouro, com o selo da Sinergia, apresentado por Jeanne Callegari, da biografia de caio Fernando Abreu, e recomendado por Fal Vitielo Azevedo e Maria Thereza Gonçalves – agora pelos Bons Livros para ler. Alguns pontos me chamaram atenção: a primeira, como já disse, é a fusão entre a prosa e a poesia. E logo no primeiro conto percebo algo musical: "os dias cada vez mais curtos e as noites cada vez mais longas" é o refrão do primeiro conto: Palavras. O conto é comovente pelas rememorações da narradora e da solidão cravada por impossibilidades. "Conto do Poente" nos remete as nossas memórias. Nossas memórias não se apresentam habitualmente como recordações na ordem cronológica, mas como um reflexo onde está alterada a ordem das partes, e, só muito mais tarde, lembradas com seus detalhes, podendo chamá-las até de impressões. A memória é incapaz de fornecer a lembrança dessas múltiplas impressões que a compõe. Segundo Henri Bergson: "a memória sob estas duas formas, enquanto recobre com uma camada de lembranças um fundo de percepção imediata, e também enquanto ela contrai uma multiplicidade de momentos, constitui a principal contribuição da consciência individual na percepção. O passado em forma de imagens aparece constantemente nos contos narrados, para isso as narradoras descrevem suas lembranças como imagens de impressões anteriores no sentido de recriar o passado como um processo criativo. E o valor do presente consiste em valorizar "as pequenas coisas" e sonhar. "Para Aninha, o tempo da festa e da vida pairava nos diálogos imaginários enquanto fazia e desfazia o laço com o qual embrulhara, aprisionara em um pequeno pacote, seu roteiro inventado." Nesse trecho, fica clara a postura tomada sobre o conceito de lembrança. Esta não seria uma "cópia", "repetição", mas um processo "criativo", dinâmico que tem como princípio a construção de algo. O passado se encontra em nós sem que precisemos conhecê-lo. Contos do poente têm algumas preciosidades como "Bagagem", "Memória", "Esquecimento," "Palavras". Um livro de prosa delicada que merece um lugar na sua estante. Perguntei a um sábio, a diferença que havia entre amor e amizade, ele me disse essa verdade... O Amor é mais sensível, a Amizade mais segura. O Amor nos dá asas, a Amizade o chão. No Amor há mais carinho, na Amizade compreensão. O Amor é plantado e com carinho cultivado, a Amizade vem faceira, e com troca de alegria e tristeza, torna-se uma grande e querida companheira. Mas quando o Amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a Amizade é concreta, ela é cheia de amor e carinho. Quando se tem um amigo ou uma grande paixão, ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração. (deconheço o autor) se souberem me avisem para dar o crédito!
Conto Boi chamado Blimundo:
Era grande, forte e amante da vida e da liberdade. Além disso, era muito amado e respeitado por todos, pois sabia pensar por si próprio, além de ser muito gentil com todos. Ao saber da existência de que ousava ser tão livre em seus posicionamentos e fazendo com que os outros bois lhe seguissem o exemplo. Se ele continuasse assim criatura tão autêntica, Senhor Rei perguntou-se que boi seria esse, q, quem faria, depois, o trabalho pesado do reino? Ordenou, então, que Blimundo fosse pego morto ou vivo, a trazido até a sua presença. Os homens do Senhor Rei saíram em busca do boi, mas este os encontrou primeiro e deu um fim neles. Ao saber da notícia, Senhor Rei reuniu os homens mais valentes do reino e os mandou capturar Blimundo, e os homens partiram. O boi, novamente, deu cabo dos homens. Quando recebeu tão triste notícia, Senhor Rei desesperou-se, mas logo ouviu falar de um rapaz que fora criado no borralho da cinza e que se prontifica a ir buscar Blimundo. O menino pediu um cavaquinho, um "bli" d'água e uma bolsa de "prentém". Além disso, quando retornasse queria a metade da riqueza do reino e a mão da princesa. Senhor Rei concordou e o jovem partiu. Então o jovem sai em busca do boi cantando uma canção que deixa Bilmundo encantado, na qual o jovem diz que, se Blimundo for com ele, casará com a Vaquinha da Praia. O boi pergunta se é verdade, o rapaz responde que sim. O jovem pede a Blimundo que o deixe montar, pois o caminho é muito longo. Ele deixa com a condição de que o rapaz continue cantando. Senhor Rei colocou a tropa em pontos estratégicos para receber Blimundo. Ao ver o boi chegar, carregando o rapaz no lombo, cansado e feliz, Senhor Rei não acreditou. À porta do palácio, o rapaz pediu para descer do lombo de Blimundo a fim de fazer a barba antes de ser apresentado à Vaquinha da Praia. O jovem conta o seu plano ao Senhor Rei e leva até o boi um barbeiro com seus instrumentos. Atrás deles, Senhor Rei. O barbeiro, enquanto Blimundo sonha com o amor da Vaquinha da Praia, corta-lhe a garganta com a navalha. Antes de morrer, o boi atinge o rei com uma patada que o mata. O rapaz e o barbeiro fogem, mas jamais esquecem o último olhar de revolta de uma criatura cujo único erro foi acreditar na harmonia, na justiça e na liberdade. (deconheço o autor) se souberem me avisem para dar o crédito!
Faraós e Rainhas
Conta a lenda que ele dava forma aos recém-nascidos antes de colocá-los no ventre de suas mães e que ajudava a rainha do Egito no momento de dar à luz o futuro faraó, descreve a obra de García García. Finalmente, elenca o auts, a terceira teoria conta que Ptah foi um dos criadores do mundo, concebendo os homens, os animais e as plantas primeiro em seu coração. Para os egípcios, o coração carrega o pensamento, a inteligência e os sentimentos". Em seguida, pronunciando seus nomes, deu vida aos seres e as plantas. A Lua também tinha seu próprio deus representante: Jonsu ou Khonsu. O Guia Mitológico do Antigo Egito relata que tal deus lunar era representado, geralmente, por uma forma humana com o cabelo arrumado em um cacho lateral indicando juventude. O texto também esclarece que Jonsu podia ser associado a uma forma de múmia, assim como Hórus, Ptah ou Thot. Em quanto ao significado, García García revela que Khonsu parecia representar o vagabundo, o errante.
Índia Naiá
Conta a lenda que uma bela índia chamada Naiá apaixonou-se por Jaci (a Lua), que brilhava no céu a iluminar as noites. Nos contos dos pajés e caciques, Jaci de quando em quando descia à Terra para buscar alguma virgem e transformá-la em estrela do céu para lhe fazer companhia. Naiá, ouvindo aquilo, quis também virar estrela para brilhar ao lado de Jaci. Durante o dia, bravos guerreiros tentavam cortejar Naiá, mas era tudo em vão, pois ela recusava todos os convites de casamento. E mal podia esperar a noite chegar, quando saía para admirar Jaci, que parecia ignorar a pobre Naiá. Mas ela esperava sua subida e sua descida no horizonte e, já quase de manhãzinha, saía correndo em sentido oposto ao Sol para tentar alcançar a Lua. Corria e corria até cair de cansaço no meio da mata. Noite após noite, a tentativa de Naiá se repetia. Até que ela adoeceu. De tanto ser ignorada por Jaci, a moça começou a definhar. Mesmo doente, não havia uma noite que não fugisse para ir em busca da Lua. Numa dessas vezes, a índia caiu cansada à beira de um igarapé. Quando acordou, teve um susto e quase não acreditou: o reflexo da Lua nas águas claras do igarapé a fizeram exultar de felicidade! Finalmente ela estava ali, bem próxima de suas mãos. Naiá não teve dúvidas: mergulhou nas águas profundas e acabou se afogando. Jaci, vendo o sacrifício da índia, resolveu transformá-la numa estrela incomum. O destino de Naiá não estava no céu, mas nas águas, a refletir o clarão do luar. Naiá virou a Vitória Régia, a grande flor amazônica das águas calmas, a estrela das águas, tão linda quanto as estrelas do céu e com um perfume inconfundível. E que só abre suas pétalas ao luar. (Igidio Garra)
Conto: As Areias Escaldantes
Atravessei as areias escaldantes. Caravanas caminharam ao meu lado com cargas de ouro, marfim, especiarias e sal. Meu corpo, sob o manto de lã branca, desafiava as temperaturas amplas que iam do calor ao frio enregelante. Desviei dos escorpiões da maldade, das víboras da inveja e dos chacais da perdição. O medo de morrer de uma picada, de um vírus invisível, era grande, mas não me paralisava. Montada entre as corcovas gordurosas de meu camelo, algo vindo no vento fortalecia minhas mãos fracas e firmava meus joelhos frementes. O camelo, eu confiava, conhecia as rotas onde havia água e me guiava pelas estrelas, pelos cheiros, pela textura das dunas. Súbito, diante de mim, estava o oásis. Um oásis misterioso, todo feito de esperança. Um oásis de paz encravado no meio das montanhas. O lago parecia um lençol esticado e azul. As palmeiras vergavam os galhos pesados de tâmaras, entre canas e juncos. Ah! Como eu precisava desse oásis, desse descanso sagrado, desse repouso, desse momento de me reconciliar com minha origem e sonhar com meu destino. Foram tantas lutas, trevas, ânsias e velórios que já não achava possível um pouco de prazer, de alegria. Não acreditava que no ermo floresciam rosas. E elas exultam. Seria uma miragem? Dirijo-me à fonte que desliza pelas laterais das rochas úmidas, cobertas de mofo e líquens. Bebo sofregamente os goles coletados da névoa. Fiz da fé um oásis no coração. Na verdade, aprendi desde a infância a percorrer os meus desertos para encontrar esse oásis. Meu mestre foi Malba Tahan, o escritor árabe que viveu em Meca, visitou a Rússia, antes da guerra, ressurgiu na Pérsia, na Índia, em Xangai e no Brasil. Um estranho árabe, "de grandes olhos pestanudos", como descreveu o poeta Olegário Mariano. Graças ao seu poder de imaginação, ao seu sentimentalismo, sorvi a magia das palavras, dos grandes ensinamentos. Convenci-me de que "quando Allah quer bem a um dos seus servidores, abre para eles as portas da Inspiração." Senti-me poeta e tuaregue. Sei que Malba Tahan era apenas o heterônimo do professor de matemática, Júlio César de Melo e Sousa (1895-1974), dono de personalidade original, que estudou a fundo a cultura oriental. Mas gosto de fantasiá-lo como um discípulo de Sherazade, contando mil e uma histórias de monarcas, príncipes, sultões, xeiques, rabinos, dançarinas hindus, odaliscas entre véus, poderosos governantes, humildes servos, todos escravos de amores proibidos. Um universo onde as injustiças e corrupções são punidas, as aparências não iludem e a ética e a sabedoria sempre prevalecem. (Raquel Naveira)
Conto Negrinho do Pastoreio. por: Daniela Diana Professora licenciada em Letras
O Negrinho do Pastoreio é um personagem do folclore brasileiro muito conhecido na região sul do país. De origem africana e cristã, a lenda do negrinho do pastoreio surgiu provavelmente no século XIX. Reza a lenda que, ainda no tempo da escravidão no país, essa personagem foi um pequeno escravo que sofreu muito com os maus tratos de um fazendeiro. Num determinado dia, o senhor pediu-lhe que cuidasse de alguns cavalos, porém um deles acabou fugindo. Quando retornou, seu dono sentiu falta do cavalo baio e, com isso, resolveu castigar o negrinho. Após sair em busca do cavalo perdido, o negrinho chega a encontrá-lo, porém, não conseguiu capturá-lo. Dessa maneira, o senhor resolve castigar o garoto com muitas chibatadas e, além disso, lança-o num formigueiro. Perto da morte, o fazendeiro resolve deixar o garoto ali no formigueiro, certo de que já estava morto. Entretanto, no dia seguinte, o próprio fazendeiro se depara com o garoto e fica perplexo, pois a criança não apresentava nenhum ferimento no corpo. Além disso, ele estava montado no cavalo perdido, e ao seu lado, estava a Virgem Maria, padroeira do garoto órfão. Muito arrependido, o fazendeiro resolve pedir perdão, todavia, o negrinho sai galopando feliz e livre no cavalo baio. Noutra versão da lenda, o fazendeiro foi avisado por seu filho sádico que o negrinho, responsável por cuidar de 30 cavalos, deixou um deles fugir. Isso porque ele estava muito cansado e decidiu dormir. Ao acordar, o pequeno escravo sentiu falta do cavalo, porém, o fazendeiro já sabia do ocorrido e resolveu castigar o negrinho. Atualmente, na região sul do país, acredita-se que se algum objeto está perdido, o Negrinho do Pastoreio pode ajudar a encontrá-lo. Basta acender uma vela perto de um formigueiro e pedir com muita fé que objeto reaparecerá.
História e origem da lenda do Boitatá, por Daniela Diana Professora licenciada em Letras.
O Boitatá, protetor das florestas, é um personagem do folclore brasileiro. A lenda do Boitatá descreve esse personagem folclórico como uma grande serpente de fogo. Ele protege os animais e as matas das pessoas que lhe fazem mal e, principalmente, que realizam queimadas nas florestas. Na narrativa folclórica, essa serpente pode se transformar num tronco em chamas, com o intuito de enganar e queimar os invasores e destruidores das matas. Acredita-se que a pessoa que olhar o Boitatá torna-se cega e louca. A lenda do Boitatá é de rigem indígena, e a palavra Boitatá, na língua Tupi-Guarani, significa cobra (boi) de fogo (tata). Apesar de ser oriunda da língua indígena, a lenda do Boitatá encontra-se num texto do século XVI do Padre Jesuíta José de Anchieta, baseou-se nos relatos dos indígenas para compor seu texto: "Há também outros (fantasmas), máxime nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios, e são chamados "baetatá", que quer dizer cousa de fogo, o que é o mesmo como se se dissesse o que é todo de fogo. Não se vê outra cousa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os curupiras; o que seja isto, ainda não se sabe com certeza. Cartas, Informações, Fragmentos Históricos, etc. do Padre José de Anchieta, Rio de Janeiro, 1933 O Boitatá no folclore brasileiro:: lenda do Boitatá sofreu muitas modificações ao longo do tempo e, portanto, reúne diversas versões. Assim, dependendo da região do Brasil, o nome do personagem pode variar: Baitatá, Biatatá, Bitatá e Batatão. Numa das versões da lenda, uma grande cobra vivia adormecida num imenso tronco e ao despertar, faminta, resolveu comer os olhos dos animais. Cada vez mais, ela emitia uma grande e intensa luz, tornando-se uma cobra de fogo. Ao proteger a floresta, ela assustava as pessoas que iam às matas durante à noite. No norte e nordeste do Brasil, a imensa cobra de fogo vive nos rios, e sai no momento em que há invasores nas florestas para queimá-los. Segundo alguns nordestinos, o boitatá, conhecido como "Alma dos Compadres e das Comadres", representa as almas penadas malignas que passam queimando tudo. Já no sul do país, a versão que prevaleceu advém da história bíblica do Dilúvio. Nela, muitos animais morreram, e as cobras que sobreviveram tiveram como castigo o fogo. Há ainda uma versão, em que o Boitatá não é uma grande cobra, e sim um touro feroz que solta fogo pela boca.
O Lago Congelado
Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso, e congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim, quebrá-lo e libertar o amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: –Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis! Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou: –Eu sei como ele conseguiu isso. Todos perguntaram: –Pode nos dizer como? –É simples: respondeu o velho. –Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que ele, não seria capaz.
CONTO LENDAS AMAZÔNICAS:
Desde que o explorador espanhol Vicente Pinzón descobriu o Mar Dulce, primeiro nome do Rio Amazonas, em 1500, aqueles labirintos amazônicos foram cenário de viagens em busca de riquezas escondidas. Até hoje, aquelas terras isoladas, entre o Brasil, o Peru e a Bolívia, seguem inspirando expedições, sabe-se lá onde, até ruínas lotadas de ouro trazido pelos incas. A mais intrigante delas é a de Akakor, uma suposta cidade subterrânea em algum lugar da Amazônia que ganhou fama internacional a partir dos relatos de Hans Günther Hauck. Mais conhecido como Tatunca Nara, esse alemão de sotaque carregado ainda tenta convencer o mundo que é um indígena brasileiro, príncipe de Akakor, capaz de conduzir expedicionários em buscas das lendárias cidades-irmãs Akakor e Akahim. Se viajantes curiosos chegaram a ver pirâmides na maior floresta tropical do planeta ou cruzaram complexos sistemas de túneis, ninguém sabe, ninguém viu. Para quem fica do lado de cá, porém, a única certeza é que de lá ninguém volta.
Conto Vitoria Regia, a lenda da estrela d'agua:Reza a lenda que a lua, Jaci, assim era seu nome entre os índios da região amazônica, era um deus muito namorador e que de tempos em tempos descia a terra e escolhia uma jovem para se tronar uma estrela ao seu lado. Com o que a lua não contava era com o amor da índia Naiá, que sonhava um dia se tornar uma estrela, para ficar junto se seu grande amor. Todas as noites a bela jovem aguardava para se juntar a Jaci, mas ele nunca veio buscá-la, triste por não ser uma das escolhidas, Naiá correu seu rumo pela mata, até chegar a um lago, vendo o reflexo da lua nas águas, ela pula sem pensar duas vezes na água, achando que seu amado tinha vindo buscá-la, porém com as águas fundas do lago, Naiá se afora. Jaci compadecido de sua morte e se seu amor, a transforma na Vitoria Regia a estrela da água que só floresce a noite.
Conto O Cágado e a Fruta:
O cágado foi o único inteligente capaz de garantir acesso a uma fruta muito difícil de ser comida. No entanto, uma onça esperta tentou aproveitar-se da inocência do cágado. No fim, ela logo aprendeu a lição dela. xistia na floresta uma fruta que todos os bichos tinham vontade de comer, Acontece que era proibido provar a tal fruta sem antes saber o seu nome. Somente uma mulher sabia o nome da fruta e ela morava longe da árvore. Os animais com frequência iam à casa dela para perguntar, mas a distância era tanta que quando voltavam já não se lembravam mais do nome da fruta e não podiam comê-la. Todos iam e voltavam, e nada de acertar o nome. Faltava somente o cágado. Bichos das mais diferentes espécies foram chamar o cágado para provar da fruta. Alguns caçoavam muito dele, dizendo: "Até parece que andando devagar daquele jeito vai lembrar de alguma coisa quando voltar". Pois o cágado partiu para a casa da mulher com sua violinha. Ao chegar, foi logo perguntando o nome da fruta. E a mulher falou: -boyoyôboyoyô-quizama-quizu. Que língua era aquela eu não sei, nem o cágado. Mas a mulher tinha mais um truque para fazer as pessoas esquecerem do nome, depois que cada bicho estava já distante da casa, ela gritava: "Ô amigo, o nome não é esse, não!" E dizia outros nomes bem estranhos. Os bichos se atrapalhavam e, quando chegavam ao pé de fruta, não sabiam mais o nome. Com o cágado foi diferente. Ele tirou a viola do saco e decorou o nome da fruta em forma de cantiga. E lá se foi cantarolando até a árvore. De olho nos frutos, a onça lhe fez uma proposta: "Amigo cágado, você como não pode subir na árvore, deixe que eu suba para tirar as frutas, e você me dá algumas". O cágado ficou desconfiado por se tratar de uma onça, mas aceitou. E aconteceu o esperado: ela encheu um saco de frutas e saiu correndo, sem dar uma sequer àquele que chamou de amigo. O cágado ficou uma arara de zangado com a onça. Correu (isso mesmo, correu!) atrás dela e conseguiu alcançá-la na beira do rio. Então, ele disse: "Onça, me dê o saco para eu atravessar. Sou melhor nadador, e você atravessa depois". A onça concordou, mas o cágado sabido, quando se viu na outra margem do rio, desapareceu, e a onça ficou do outro lado com cara de boba, porque não sabia nadar. Dizem que ela chamava pelo cágado, que respondia, mas ela não conseguia vê-lo. Sabe-se lá se ela achou que estava ouvindo vozes ou se morreu de raiva.(desconheço o autor)
Conto A Raposinha:
Um príncipe determinado a ajudar seu pai, mas com dificuldade em aceitar os sábios conselhos da raposinha. Após tantas tentativas, o príncipe finalmente começa a ver sua sorte mudar. No caminho ele depara com um grupo agredindo o corpo de um homem falecido que deixara dívidas. O príncipe paga as dívidas e enterra o corpo do homem, cuja alma aparece ao rapaz na forma de uma raposa, que o ajuda a encontrar o remédio para curar o seu pai.
Fábula folclórica sobre uma onça e um boi, que vivem desconfiando um do outro. A peculiaridade é a presença de cascos de boi no lugar de suas patas, lhe dando uma aparência única e aterrorizante. Ao contrário das onças comuns, que costumam ser solitárias, a lenda da 'Onça-Boi' relata que esses seres caçam em pares (um macho e uma fêmea), formando uma aliança na busca por presas.
O Mestre Gato
A pedido da onça, o gato ensinou-lhe a pular. Mas, conhecendo a onça, resolveu ensinar sem dar os principais truques. Uma brincadeira em forma de conto popular que mostra o que os mestres podem fazer do seu conhecimento, sem passá-los de modo absoluto aos aprendizes. A onça pediu ao gato para lhe ensinar a pular. O gato rapidamente lhe ensinou. Depois, indo juntos para a fonte beber água, fizeram uma aposta para ver quem pulava mais. Chegando à fonte, encontraram lá o lagarto calango. Então, disse a onça para o gato: —Compadre, vamos ver quem, num só pulo, pula o camarada calango. —Vamos, disse o gato. —Você pula adiante, disse a onça. O gato pulou em cima do calango e a onça pulou em cima do gato. Então, o gato pulou e se escapou. A onça ficou desapontada e disse: —Assim, compadre gato, é que você me ensinou?! Iniciou e não acabou... O gato respondeu: —Nem tudo os mestres ensinam aos seus aprendizes.
Cobra Norato:
Uma lenda da região da Amazônia. Uma história sobre duas serpentes gêmeas que nasceram de uma indígena e um boto. Cobra Norato é uma das serpentes. Segundo a lenda, Cobra Norato é um dos gêmeos nascidos do relacionamento entre uma índia e um boto cor-de-rosa. Diferentemente de sua irmã, Maria Caninana, com quem vive no rio Tocantins, Cobra Norato tem bom relacionamento com a população da região, auxiliando barqueiros e pescadores em dificuldade.
Manoel da Bengala: Um conto de fadas sobre o príncipe que tinha a bengala de ferro: o Manoel Bengala. Por ser grande, robusto e comilão, foi mandado embora pelo rei, que ordenou que o príncipe seguisse a vida sozinho. Um rei teve um filho que já nasceu muito grande e forte. No fim de oito dias, o menino já comia um boi inteiro. O rei ficou muito assustado e mandou chamar os conselheiros para lhe dizerem o que fazer, pois iria acabar com toda a fortuna do pai. Os conselheiros foram da opinião que o rei mandasse o filho procurar a sua vida. O príncipe pediu que lhe fizessem uma bengala de ferro, muito grossa e pesada, um machado e uma foice, também grandes e pesados, e partiu. Chegando à casa de um senhor de engenho, pediu serviço e o dono da casa o aceitou. Foi o moço derrubar uma roça, que deitou, em três ou quatro esforços com a foice, quase todas as matas do engenho. O dono ficou muito assustado e não o quis mais o seu serviço. Além disto, na hora de jantar, o príncipe não quis comer o que lhe deram, por não chegar nem para o buraco de um dente, e pediu um boi e muita farinha. O senhor do engenho, pensando que ele não pudesse comer tudo, mandou dar-lhe para o experimentar. Ficou espantado quando o viu devorar tudo. Despediu-o. Voltou o príncipe para o palácio de seu pai. Aí esteve alguns dias, até que o rei mandou de novo reunir os conselheiros, que foram de opinião que o rei mandasse o príncipe pegar seis leões bravos nas matas. Isto era para ver se os leões matavam-no. O moço pediu um carro e uma junta de bois. Chegando nas matas dos leões, passou lá seis dias. Em cada dia matava um boi do carro e pegava um leão, botava no lugar, e o amansava. Depois cortou umas árvores muito grandes, botou no carro e largou-se para trás. Quando o rei o viu, retornava o barulho das árvores e dos leões que vinham com Manoel da Bengala. Assim foi chamado o príncipe, por causa da bengala de ferro. O rei ordenou-lhe que ganhasse o mundo e não lhe voltasse mais em casa. O príncipe partiu. Chegando adiante, viu um homem passando um rio cheio, mas sem se molhar, e disse: —Adeus, Passa-Vau. —Adeus, Manoel da Bengala.
Fábula da coruja e a águia
A coruja e a águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes. –Basta de guerra –disse a coruja. –O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra. –Perfeitamente –respondeu a águia. –Também eu não quero outra coisa. –Nesse caso combinemos isto: de agora em diante não comerás nunca os meus filhotes. –Muito bem. Mas como vou distinguir os teus filhotes? –Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheio de uma graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus. –Está feito! –concluiu a águia. Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto. –Horríveis bichos! Vê-se logo que não são os filhos da coruja –disse ela, e comeu-os. Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi ajustar as contas com a rainha das aves. –Quê? –perguntou esta, admirada. –Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste...
MORAL DA HISTÓRIA
Quem ama o feio, bonito lhe parece. Essa história nos ensina que é importante sermos honestos e dizer a verdade sobre nós mesmos e sobre as outras pessoas. A coruja exagerou ao descrever seus filhotes para a águia e isso acabou fazendo com que a águia não conseguisse distinguir os verdadeiros filhotes da coruja quando encontrou um ninho com três filhotes. A águia acabou comendo os filhotes da coruja e isso fez a coruja ficar muito triste. A moral da história é que a honestidade é fundamental em nossas interações com as pessoas ao nosso redor.
Fábula A Assembleia dos Ratos
Era uma vez uma colônia de ratos, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma assembleia para encontrar um jeito de acabar com aquele transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim um jovem e esperto rato levantou-se e deu uma excelente ideia; a de pendurar uma sineta no pescoço do gato. assim, sempre que o gato tivesse por perto eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo. Todos os ratos bateram palmas: o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que tinha ficado o tempo todo calado levantou-se de seu canto. O velho rato falou que o plano era muito inteligente e ousado, que com toda a certeza as preocupações deles tinham chegado ao fim. Só faltava uma coisa: quem ia pendurar a sineta no pescoço do gato. MORAL DA HISTÓRIA: Falar é fácil, fazer é que é difícil. As vezes não basta ter uma boa ideia, é preciso descobrir como fazê-la acontecer na prática. Isso significa que preciso considerar todos os detalhes e desafios que podem surgir ao tentar transformar uma ideia em realidade. (Esopo)
Dona Labismina:
Um conto de fadas sobre um rei, uma filha em forma de cobra e uma princesa que seguia todos os conselhos da cobra, a Dona Labismina. Uma vez, uma rainha casada já há muito tempo, que nunca tinha tido filhos e tinha muita vontade de ter, disse: - Permita Deus que eu para nem que seja uma cobra. Passados tempos, apareceu grávida. E, quando deu à luz, foi uma menina com uma cobrinha enrolada no pescoço. Toda a família dela ficou muito desgostosa, mas não se podia tirar a cobrinha do pescoço da criança. E foram crescendo a menina e a cobrinha juntas. E a menina tomou muita amizade pela cobrinha. Quando já mocinha, ela costumava ir passear à beira do mar. E, lá, a cobra a deixava e fugia para as ondas. Mas a princezinha se punha a chorar, até que a cobra voltava e se enrolava outra vez no seu pescoço. E iam as duas para o palácio, onde ninguém sabia disso. Assim foram vivendo as duas, até que, um dia, a cobra entrou no mar e não voltou mais. Mas ela disse à irmã que, quando se visse em perigo, chamasse por ela. A cobra tinha o nome de Labismina, e a princesa o de Maria. Passados anos, caiu doente a rainha e morreu. Mas, na hora de morrer, a rainha tirou do dedo uma joia e deu ao rei dizendo: -Quando tiveres de casar outra vez, deve ser com uma princesa em que esta joia der, sem ficar nem frouxa nem apertada. Depois de alguns tempos, o rei quis se casar. E mandou experimentar a joia nos dedos das princesas de todos os reinos. E não encontrou nenhuma em que o anel coubesse, Por causa da forma que lhe tinha recomendado a rainha. Mas só faltava a princesa Maria, a sua filha. E o rei chamou-a. E botou a joia no seu dedo. E a joia ficou muito boa. Então, ele disse à filha que queria se casar com ela. E, como a palavra de rei não volta atrás, a moça ficou muito desgostosa. E vivia só chorando. A princesa Maria, então, foi ter com Labismina, na praia do mar. Gritou por ela. E a cobra veio. Maria contou-lhe o caso, e a cobra respondeu: -Não tenha medo. Diga ao rei que você só vai se casar com ele se ele lhe der um vestido da cor do campo, com todas as suas flores. Assim fez a princesa. E o rei ficou muito maçado. Mas lhe disse que iria procurar. E levou nisto muito tempo, até que, afinal, conseguiu. Aí a princesa tornou a ficar muito triste e foi ter com a irmã que lhe disse: Diga ao rei que você só vai se casar com ele se ele lhe der um vestido da cor do mar, com todos os seus peixes. A princesa assim fez. E o rei ainda mais aborrecido ficou. Levou muito tempo a procurar, até que arranjou. A moça foi ter outra vez com a Dona Labismina, que lhe disse: -Diga ao rei que você só vai se casar com ele se ele lhe der um vestido da cor do céu, com todas as suas estrelas. Ela assim disse ao pai, que ficou desesperado. Mas prometeu arlranjar. E levou nisso ainda mais tempo do que nas duas outras vezes. Até que conseguiu. A princesa, quando o pai lhe deu o último vestido, se viu perdida. E correu para o mar, onde embarcou num navio que Dona Labismina tinha preparado durante o tempo em que o rei andou arranjando os vestidos. Antes da partida da princesa Maria, Labismina lhe recomendou que ela seguisse naquele navio e, em seguida, saltasse no reino onde o navio parasse. Lá naquela terra distante, ela encontraria um casamento com um príncipe. E, ainda, que, na hora de se casar, chamasse por ela três vezes, que ela se desencantaria numa princesa também. E, depois disso, Maria seguiu viagem. No reino em que o navio parou, ela saltou em terra. Não tendo do que viver, foi pedir um emprego à rainha, que a encarregou de guardar e criar as galinhas do rei. Passados tempos, houve três dias de festa na cidade. Todos os do palácio iam à festa, mas a criadeira de galinhas ficava. Só que, logo no primeiro dia, depois que todos saíram, ela se penteou, vestiu o seu vestido da cor do campo, com todas as suas flores, e pediu a Labismina uma bela carruagem. E foi também à festa. Todos de lá da festa ficaram muito embasbacados de ver moça tão bonita e rica. Mas ninguém sabia quem era. O príncipe, filho do rei, ficou logo muito apaixonado por ela. E, antes de terminar a festa, a moça partiu. E meteu-se na sua roupinha velha. E foi cuidar das galinhas. O príncipe, quando chegou ao palácio, disse à rainha: - A senhora viu, minha mãe, que moça bonita apareceu hoje na festa? Quem me dera eu me casar com ela. Só que aquela moça parecia com a criadeira de galinhas. -Não diga isso, meu filho. Aquela pobre podia ter roupa tão fina e rica? Vai ver como ela está lá embaixo e esmolambada. O príncipe foi onde estava a criada e lhe disse: - Ó criadeira de galinhas, eu hoje vi na festa uma moça que só se parecia com você. -Oxente, príncipe, meu senhor, você está querendo mangar de mim? Quem sou eu? No outro dia, nova festa. E a criadeira de galinhas foi, às escondidas, com o seu vestido cor do mar, com todos os seus peixes, e numa carruagem ainda mais rica. Ainda mais apaixonado ficou o príncipe, sem saber de quem. No terceiro dia, a mesma coisa. E a criadeira de galinhas levou o vestido da cor do céu, com todas as suas estrelas. O príncipe ficou tão entusiasmado que foi se pôr ao pé dela e lhe atirou no colo uma joia, que ela guardou. Chegando ao palácio, o príncipe caiu doente de paixão. E foi para a cama. Não queria tomar nem um caldo. A rainha rogava a todas as pessoas para lhe levarem algum caldo, para ver se ele aceitava. E era mesmo que nada. Afinal, só faltava a criadeira de galinhas. E a rainha mandou-a chamar, para levar o caldo ao príncipe. E ela respondeu: - Oxente, rainha minha senhora, a senhora está também querendo caçoar de mim? Quem sou eu para o príncipe, meu senhor, aceitar preparar um caldo da minha mão? O que eu posso fazer é preparar um caldo e mandar a ele. A rainha logo concordou. E a criada preparou o caldo. E botou, dentro da xícara, a joia que o príncipe lhe tinha dado na igreja. Quando ele meteu a colher e viu a joia, pulou da cama de tão contente. E disse para todos que já estava bom e que queria se casar com aquela moça que servia de criadeira de galinhas. Mandaram-na chamar. E, quando ela veio, já foi toda pronta, como quando ia à festa. E houve muita alegria e muito banquete. E a Princesa Maria se casou com o príncipe. Mas só que ela se esquecera de chamar pelo nome de Labismina, que não se desencantou. E, por isso, até hoje o mar dá urros e se enfurece às vezes.
O Menino e o Padre:
Um menino inocente (ou muito danado) oferece ao padre algo para ele beber. Entretanto, na gentileza do menino se escondia o fato de que a bebida não estava nada própria para ser tomada. Não, não é conto. Sou apenas um sujeito que escuta algumas vezes, que outras não escuta, e vai passando. Naquele dia escutei, certamente porque era a amiga quem falava. É doce ouvir os amigos, ainda quando não falem, porque amigo tem o dom de se fazer compreender até sem sinais. Até sem olho Falava-se de cemitérios? De telefones? Não me lembro. De qualquer modo, a amiga -bom, agora me recordo que a conversa era sobre flores -ficou subitamente grave, sua voz murchou um pouquinho. -Sei de um caso de flor que é tão triste! E sorrindo: -Mas você não vai acreditar, juro. Quem sabe? Tudo depende da pessoa que conta, como do jeito de contar. Há dias em que não depende nem disso: estamos possuídos de universal credulidade. E daí, argumento máximo, a amiga asseverou que a história era verdadeira. - Era uma moça que morava na Rua General Polidoro, começou ela. Perto do Cemitério São João Batista. Você sabe, quem mora por ali, queira ou não queira, tem de tomar conhecimento da morte. Toda hora está passando enterro, e a gente acaba por se interessar. Não é tão empolgante como navios ou casamentos, ou carruagem de rei, mas sempre merece ser olhado. A moça, naturalmente, gostava mais de ver passar enterro do que não ver nada. E se fosse ficar triste diante de tanto corpo desfilando, havia de estar bem arranjada. Se o enterro era mesmo muito importante, desses de bispo ou de general, a moça costumava ficar no portão do cemitério, para dar uma espiada. Você já notou como coroa impressiona a gente? Demais. E há a curiosidade de ler o que está escrito nelas. Morto que dá pena é aquele que chega desacompanhado de flores -por disposição de família ou falta de recursos, tanto faz. As coroas não prestigiam apenas o defunto, mas até o embalam. Às vezes ela chegava a entrar no cemitério e a acompanhar o préstimo até o lugar do sepultamento. Deve ter sido assim que adquiriu o costume de passear lá por dentro. Meu Deus, com tanto lugar pra passear no Rio! E no caso da moça, quando estivesse mais amolada, bastava tomar um bonde em direção à praia, descer no Mourisco, debruçar-se na amurada. Tinha o mar à sua disposição, a cinco minutos de casa. O mar, as viagens, as ilhas de coral, tudo grátis. Mas por preguiça pela curiosidade dos enterros, sei lá por quê, deu para andar em São João Batista, contemplando túmulo. Coitada! (...)."
O Presente de Aniversário
O homem por detrás do balcão, olhava a rua de forma distraída, enquanto uma garotinha se aproximava da loja, ela amassou o narizinho contra o vidro da vitrina. Os seus olhos da cor do céu, brilharam quando viu determinado objeto. Ela entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis. -É para minha irmã. Você pode fazer um pacote bem bonito? O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou: -Quanto dinheiro você tem? Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão, e feliz disse: - Isto dá, não dá? (Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.) -Sabe, continuou, eu quero dar este presente para minha irmã mais velha. Desde que morreu nossa mãe, ela cuida de nós e não tem tempo para ela. Hoje é aniversário dela e tenho certeza que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos olhos dela. -O homem foi para o interior da loja. Colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde. -Tome! Disse para a garota. Leve com cuidado. Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo. Ainda não acabara o dia, quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou: - Este colar foi comprado aqui? -Sim senhora. -E quanto custou? -Ah! Falou o dono da loja. O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o freguês. -A moça continuou: -Mas minha irmã somente tinha algumas moedas. E esse colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagar por ele. O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem. - Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo que tinha! O silêncio encheu a pequena loja, e lágrimas rolaram pela face da jovem, enquanto suas mãos tomavam o embrulho. Ela retornava ao lar emocionada... A verdadeira doação é dar-se por inteiro sem restrições. Gratidão de quem ama não coloca limites para os gestos de ternura. E a gratidão, é sempre a manifestação de Deus para com pessoas que tem riqueza de emoções e altruísmo. Seja sempre grato, mas não espere pelo reconhecimento de ninguém. Gratidão, assim como amor é, também dever que não apenas aquece quem recebe, como reconforta quem oferece. "Somos anjos de uma asa só, precisamos nos abraçar para alçar vôo juntos"
Fábula: O Leão e o Rato:
Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir. -Perdoa-me! -gritou o ratinho -Perdoa-me desta vez e eu nunca o esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim? O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir. Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o transportarem. Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu as cordas que o prendiam. E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais. MORAL DA HISTÓRIA: A história nos ensina que não devemos subestimar os outros e que devemos tratar todas as pessoas com gentileza e respeito, independentemente do seu tamanho, aparência ou poder. A história mostra que atos de bondade e ajuda mútua são importantes para criar laços de amizade e solidariedade entre as pessoas, e não porque esperamos receber algo em troca. (Jean de La Fontaine)
O Homem Pequeno:
Um conto de fadas sobre uma terra de uma família de gigantes, cheia de encantamentos, onde um príncipe vai parar por acaso, Uma vez um príncipe saiu a caçar com outros companheiros e entraram pela mata. O príncipe, que se chamava Don João, adiantou-se dos companheiros e se perdeu. Depois de muito andar, avistou um muro muito alto, que parecia uma montanha, e para lá se dirigiu. Quando lá chegou, notou que estava numa terra estranha, pertencente a uma família de gigantes. O dono da casa era um gigante enorme, que quase dava com a cabeça nas nuvens, tinha uma mulher também gigante e uma filha gigante de nome Guimara. Quando o dono da casa viu a D. João, gritou: Oh, homem pequeno, o que está fazendo aqui? O príncipe contou-lhe a sua história, e então o gigante disse: Pois bem, ficará aqui como criado. O príncipe lá ficou e, passados tempos, Guimara se apaixonou por ele. O gigante, que desconfiou da situação, chamou um dia o príncipe e lhe disse: Oh, homem pequeno! Tu disseste que te atrevias a derrubar numa só noite o muro das minhas terras e a levantar um palácio? Não, senhor meu amo. Mas, como manda, eu obedeço. O moço saiu e foi ver Guimara, que lhe disse: Não é nada. Eu vou e faço tudo. Assim foi: Guimara, que era encantada, deitou abaixo o muro. No outro dia, o gigante foi ver bem cedo a obra e ficou admirado. Oh, homem pequeno? Sim? Foste tu que fizeste esta obra ou foi Guimara? Senhor, fui eu, não foi Guimara. Se meus olhos viram Guimara, e Guimara viu a mim, mau fim tenha eu. Passou-se. Depois de alguns dias, o gigante, que andava com vontade de matar o homem pequeno, lhe desafiou: Oh, homem pequeno! Tu disseste que te atrevias a fazer da ilha dos bichos bravos um jardim cheio de flores de todas as qualidades e, com um cano a deitar, despejando água, tudo numa noite? Senhor, eu não disse isto, mas, como vossemecê, ordena eu irei fazer. Saiu dali mais morto do que vivo e foi falar com Guimara, que lhe disse: Não tem nada. Eu hoje faço tudo de noite. Assim foi. De noite, ela fugiu de seu quarto e, com o homem pequeno, trabalhou toda a noite, de maneira que no outro dia lá estava o jardim cheio de flores e com um cano despejando água. O gigante, dono da casa, foi ver a obra e ficou muito espantado. Então, formou o plano de ir à noite ao quarto de Guimara e ao do homem pequeno para os matar. A moça, que era adivinha, comunicou isto a D. João e convidou-o para fugir, deixando nas camas, em seu lugar, duas bananeiras cobertas com os lençóis para enganar o pai. Tarde da noite fugiram montados no melhor cavalo da estrebaria, o qual caminhava cem léguas de cada passada. O pai, quando os foi matar, não os encontrou. Disse o caso à mulher, que lhe aconselhou que partisse atrás montado no outro cavalo que caminhava cem léguas de cada passada. O gigante partiu e, quando ia chegando perto dos fugitivos, Guimara se virou riacho e D. João um negro velho, o cavalo num pé de árvore, a sela numa leira de cebolas e a espingarda, que levavam, num beija-flor. O gigante, quando chegou ao riacho, se dirigiu ao negro velho, que estava tomando banho: Oh, meu negro velho! Você viu passar aqui um moço com uma moça? O negro não prestava atenção, mergulhava n'água e, quando levantava a cabeça, dizia: —Plantei estas cebolas, não sei se me darão boas! Foi assim muitas vezes, até que o gigante se cansou e se dirigiu ao beija-flor, que lhe voou em cima, querendo furar-lhe os olhos. O gigante desesperou-se e voltou para casa. Chegando lá contou a história à sua mulher, que lhe disse: Como você é tolo, marido! O riacho é Guimara, o negro velho é o homem pequeno, a leira de cebola a sela, o pé de árvore o cavalo e o beija-flor a espingarda. Corra para trás e vá pegá-los. O gigante tornou a partir em velocidade até chegar perto deles, que se haviam desencantado e seguido a toda a pressa. Quando eles avistaram o gigante, a moça se transformou numa igreja, D. João num padre, a sela num altar, a espingarda no missal e o cavalo num sino. O gigante entrou pela igreja adentro, dizendo: Oh seu padre, o senhor viu passar por aqui um moço com uma moça? O padre, que fingia estar dizendo missa, respondeu: Sou um padre ermitão, Devoto da Conceição, Não ouço o que me diz. Dominus vobiscum. Foi assim muitas vezes, até que o gigante se aborreceu e voltou para trás frustrado. Chegando em casa, contou a história à mulher, que lhe disse: —Oh, marido! Você é muito tolo! Corra já, volte, que a igreja é Guimara, o padre é o homem pequeno, o missal a espingarda, o altar a sela, o sino o cavalo. O homem pequeno e Guimara se desencantaram e seguiram a toda a pressa. O gigante partiu rapidamente, botando as serras abaixo pelo caminho. Quando estava, de novo, quase a pegá-los, Guimara largou no ar um punhado de cinza e gerou-se no mundo uma neblina tal que o gigante não pode seguir e voltou. Depois disto, os fugitivos chegaram ao reino de D. João. Guimara, então, lhe pediu que, quando entrasse em casa, para não se esquecer dela por uma vez, que não beijasse a mão de sua tia. O príncipe prometeu, mas, quando entrou no palácio, a primeira pessoa que lhe apareceu foi sua tia, a quem ele beijou a mão, e se esqueceu, por uma vez, de Guimara, que o tinha salvado da morte. A moça lá ficou na terra estranha, perdendo o seu encanto. Então, ficou peO Papagaio Real: Um conto de fadas no estilo brasileiro. Nessa história, os pássaros transformam-se em príncipes, há um rei e duas irmãs, uma generosa e outra malvada.
O Jabuti e a Raposa: Uma fábula do folclore brasileiro, em que a raposa, que se acha muito esperta, rouba a flauta do jabuti. Mas ele sabe como atrair a raposa para buscar seu instrumento musical.
O Piolho e a Pulga: Esta historinha apresenta uma sucessão de eventos caóticos de uma maneira divertida e poética através de dois personagens. Certo dia, um piolho e uma pulga estão em uma cozinha preparando um mingau dentro de uma casca de ovo e, de repente, o piolho acaba caindo dentro da mistura e se queimando.
O Sapo com Medo D'Água: O sapo esperto que afirma temer a água. Sua esperteza salva a sua vida, enganando dois meninos que queriam matá-lo
A Madrasta: Um conto de fadas brasileiro: um viúvo conhece uma nova mulher, que é uma madrasta má. Ela resolve colocar fim na vida das três filhas dele, mas um milagre salva as meninas.
A Princesa Roubadeira: Uma princesa que adora fazer negociações e trocas, mas que acaba por se dar mal. De tanto querer vencer os presos, é ela que é vencida.
O Doutor Sabetudo: Um camponês descobre como ficar rico: ele precisa colocar um letreiro na porta que diga: "sou o Doutor Sabetudo". E não é que isto bastou para ele enriquecer, esperteza não é conhecimento de causa.
A Combuca de Ouro: Um rico resolveu dar a um pobre honesto uma cumbuca de vespas, mas, quando chegou nas mãos do pobre, virou uma cumbuca de ouro. Um conto popular pernambucano que usa elementos fantasiosos para transformar as vespas em ouro, dando uma lição ao rico que tinha más intenções.
A ÁRVORE: Que possui um amigo muito especial, o passarinho. Certo dia, a árvore ao ver o passarinho falou: -Amigo passarinho, você é muito importante para mim. Você carrega as sementes e come os bichos que estragam as minhas folhas. O passarinho piou e disse: - Árvore amiga, eu lhe devo minha vida. Aqui eu faço o meu ninho. Aqui eu pego a minha comida, aqui eu fico seguro dos perigos. A árvore logo disse: -Nessa vida, um amigo ajuda o outro.
Aprender na Caminhada
Na caminhada da vida, aprendi que nem sempre temos o que queremos. Porque nem sempre o que queremos nos faz bem. Foi preciso as dores, para que eu aprendesse com as lágrimas. Foi necessário o riso, para que eu não me enclausurasse com o tempo. Foi preciso as pedras, pra que eu construísse meu caminho. Foram fundamentais as flores, para que eu me alegrasse na caminhada. Foi imprescindível a fé, para que eu, não perdesse a esperança. Foi preciso perder, para que ganhasse de verdade. Foi no silencio que fui ouvido com clareza. Pois sem provas não tem aprovação. E a vitória sem conquista é ilusão. E a maior virtude dos fortes, é o PERDÃO.
Na guerra...
-Meu amigo ainda não regressou do campo de batalha, senhor. Solicito permissão para ir buscá-lo -disse um soldado ao seu superior. - Permissão negada - respondeu o oficial -Não quero que você arrisque a sua vida por um homem que provavelmente está morto. O soldado, desconsiderando a proibição, saiu, e uma hora mais tarde regressou mortalmente ferido, transportando o cadáver de seu amigo. O oficial ficou furioso. -Eu te disse que ele já estava morto! Agora, por causa da sua indisciplina, eu perdi dois homens! Me diga: valeu a pena ir até lá para trazer um cadáver? E o soldado moribundo respondeu: - Claro que sim, senhor! Quando encontrei o meu amigo, ele ainda estava vivo e pôde me dizer: "Eu tinha certeza de que você viria!"
A cartomante, de Machado de Assis:
O enredo do conto A Cartomante gira em torno de um triângulo amoroso composto por um casal -Vilela e Rita -e um amigo de infância muito próximo do rapaz - Camilo. Com medo de ser descoberta, Rita é a primeira a consultar uma cartomante. Camilo, que inicialmente zomba da amante, afasta-se do amigo após começar a receber cartas anônimas a falar daquela relação extraconjugal. Camilo teve medo, e, para desviar as suspeitas, começou a rarear as visitas à casa de Vilela. Este notou-lhe as ausências. As ausências prolongaram-se, e as visitas cessaram inteiramente. Depois de receber um bilhete do amigo dizendo que precisava falar com ele urgentemente, Camilo fica aflito e, assim, antes de ir à casa de Vilela, resolve fazer o mesmo que a amante e também vai à cartomante, que o tranquiliza. Camilo vai à casa do amigo confiante de que a relação continuava em segredo, mas encontra Rita morta e ensanguentada. O conto termina com a morte de Camilo, assassinado por Vilela com dois tiros de revólver.
Existem momentos em nossas vidas que jamais iremos esquecer, momentos marcantes, coisas que fizemos que nunca esqueceremos, as vezes coisas boas as vezes ruins, coisas que nem sempre queremos recordar, mas sempre voltam a nossa cabeça, coisas que por mais que o tempo passe sempre lembraremos pois são coisas que mudaram nossas vidas e mesmo que mudemo-nos de cidade, de amigos, e até nosso jeito, sempre iremos recordar, momentos esses que muitas vezes queremos viver de novo e muitas queríamos que nem mesmo tivessem acontecido, mas aconteceram e só podemos fazer de tudo para esquece-los ou para nunca deixa-los irem embora de nossas mentes!
A FIGURA DO GAÚCHO:
Por trás dos acontecimentos, Simões Lopes Neto mostra os valores do gaúcho através dos costumes do campo (os carretões puxados por bois) e por meio dos juízos de valores do narrador-personagem. Como já dito, Blau fica espantado com o desfecho que os homens deram ao animal, a ponto de concluir que o bicho da história era o homem. Nesse sentido, o narrador-personagem apresenta características pessoais conferidas ao homem gaúcho, como a honra, a valorização dos animais, a indignação com a cobiça. O tipo de discurso usado pelo narrador, como um homem decidido, crítico, honroso, etc., também se assemelha a caricatura gaúcha. A história da morte do boi, não foi um simples causo, foi algo que marcou a sua vida "Olhe, nunca me esqueço dum causo que vi". Assim sendo, Blau faz questão de se posicionar, como vimos nas duas últimas frases do conto, que inclusive reitera o início do texto e confirma a sua tese. O discurso foi construído para que o interlocutor se convencesse que bicho mau é o homem.
O Rei e a Bruxa
Conta a lenda que um Rei, ao caçar na floresta, foi mortalmente ferido, sendo salvo por uma bruxa velha e feia. Em sinal de gratidão o Rei disse a ela que poderia pedir o que quisesse. Ela, então, diz que quer se casar com ele. O amigo mais próximo do Rei, sabendo da dificuldade que isso traria, se oferece para casar-se em seu lugar. A bruxa aceita. Realizadas as núpcias, na noite em que se consumaria a união, o amigo do Rei vê entrar em seus aposentos a mais linda mulher do mundo. A bruxa, transformada em princesa, diz à ele que pode escolher tê-la bela, de dia ou à noite. O bom homem, enternecido pelo oferecimento, diz a ela que a escolha não pode ser dele, mas dela. Em razão disso, a bruxa horrenda passa a apresentar-se, para seu amado e o mundo, tão bela durante o dia quanto durante à noite.
O Manantial:
Mariano chega a cidade com sua filha Maria Altina, sua sogra, a irmã da sogra, uns negros e uma negra chamada Mãe Tanásia. Eles criaram as meninas nas palmas de suas mãos e quando, pela primeira vez, ela apareceu na cidade, muitos rapazes se enamoraram por ela mas o que mais lhe agradou foi André, que lhe deu uma rosa vermelha, a qual sempre estava presa em seu cabelo. Havia outro rapaz que também gostava muito de Maria Altina, era o filho de Chico Triste, o Chicão. Chicão sempre tentava agradar a moça com presentes do tipo: ovos de perdiz, pequenos filhotes de mula, veadinhos, gatos... Vendo que a moça não se agradava muito com seus presentes, ele a enviou filhotes de avestruz com as asas e patas cortadas. A moça se apavorou e ficou com medo do rapaz. Quando a notícia do casório de Maria Altina com André espalhou-se pela cidade, Chicão se enfureceu e foi até a casa da menina. Estavam lá apenas a Mãe Tanásia, uma das velhas na cozinha fazendo beijus e Maria sentada na varanda confeccionando um timãozinho (casaquinho). De repente ouviu-se um grito vindo da cozinha, era a avó gritando "Bandido! Bandido!" e depois ouviu-se um grito final. Maria foi socorrê-la e deparou-se com Chicão que tentou repontar a rapariga (abusar dela). Ela conseguiu fugir dele e correu com o cavalo para o meio do Manantial, acabou caindo no lodaçal e morreu, só sobrou a rosa que estava em seu cabelo boiando no lodaçal, atrás dela Chicão também caiu no lodaçal e ficou preso, com lama até os suvacos. Mãe Tanásia que viu tudo, saiu correndo para a casa do Brigadeiro Machado onde estava acontecendo um batizado e estavam presentes, Mariano e a outra velha. No caminho ela encontrou Chicão afundado na lama. Quando ficaram sabendo do ocorrido todos foram até o Manantial e Mariano quis matar Chicão. Deu um tiro no ombro dele e a mãe de Chicão implorou que Mariano não o matasse. Então Mariano pulou no lamaçal e enforcou Chicão, que afundado na lama, levou Mariano consigo que também faleceu. Com o padre missioneiro, fizeram uma oração para os falecidos e velaram a velha morta. Blau Nunes conta que passara pelo lamaçal outras vezes e a rosa continuava lá, bonita e viva, como se estivesse sendo alimentada pelo sangue do coração de Maria Altina que continuava ali. (Carlos Drummond de Andrade).
O Carvalho e Eu
O local estava deserto quando sentei-me para ler embaixo dos longos ramos de um velho carvalho. Desiludido da vida, com boas razões para chorar, pois tinha a impressão que o mundo estava tentando me afundar. E se não fosse razão suficiente para arruinar o dia, um garoto ofegante chegou perto de mim, cansado de brincar. Ele parou na minha frente, cabeça pendente, e disse cheio de alegria: - Veja o que encontrei! Na sua mão uma flor. E que visão lamentável! Estava murcha com muitas pétalas caídas... Querendo ver-me livre do garoto com sua flor, fingi pálido sorriso e virei-me. Mas ao invés de recuar, ele sentou-se ao meu lado, levou a flor ao nariz e declarou com estranha surpresa: - O cheiro é ótimo, e é bonita também... Por isso a peguei. Pegue-a, é sua! A flor à minha frente estava morta ou morrendo. Nada de cores vibrantes como laranja, amarelo ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la, ou ele jamais sairia de lá. Então estendi-me para pegá-la e respondi: - Era o que eu precisava... Mas, ao invés de colocá-la na minha mão, ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, e que não podia ver o que tinha nas mãos. Senti minha voz sumir. Lágrimas despontaram ao sol, enquanto lhe agradecia por escolher a melhor flor daquele jardim. - De nada... - respondeu sorrindo. E então voltou a brincar sem perceber o impacto que teve em meu dia. Sentei-me e comecei a pensar como ele conseguiu enxergar um homem auto-piedoso sob um velho carvalho. Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente? Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado com a verdadeira visão. Através dos olhos de uma criança cega, finalmente entendi que o problema não era o mundo, e sim EU! E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego, agradeci por ver a beleza da vida e apreciar cada segundo que é só meu. Então levei aquela feia flor ao meu nariz e senti a fragrância de uma bela flor, e sorri enquanto via aquele garoto com outra flor em suas mãos prestes a mudar a vida de um insuspeito senhor de idade... As melhores coisas da vida são vistas com o coração!
A Pereira e as Estações do Ano
Um homem tinha quatro filhos. Ele queria que os seus filhos aprendessem a não julgar as coisas de modo apressado, por isso, ele mandou cada um viajar para observar uma pereira que estava plantada num distante local. O primeiro filho foi lá no Inverno, o segundo na Primavera, o terceiro no Verão e o quarto e mais jovem, no Outono. Quando todos eles retornaram, ele reuniu-os e pediu que cada um descrevesse o que tinham visto. O primeiro filho disse que a árvore era feia, torta e retorcida. O segundo filho disse que ela era recoberta de botões verdes e cheia de promessas. O terceiro filho discordou. Disse que ela estava coberta de flores, que tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele tinha visto. O último filho discordou de todos eles; ele disse que a árvore estava carregada e arqueada, cheia de frutas, vida e promessas... O homem, então, explicou a seus filhos que todos eles estavam certos, porque eles haviam visto apenas uma estação da vida da árvore... de cada vez. Ele falou que não se pode julgar uma árvore, ou uma pessoa, por apenas uma estação, (peírodo) e que a essência de quem eles são e o prazer, a alegria e o amor que vêm daquela vida, podem apenas ser medidos ao final, quando todas as estações estiverem completas. Se tu desistires quando for Inverno, você perderá a promessa da Primavera, a beleza do Verão, a expectativa do Outono. Pequena como as outras e sempre triste sem vida.
A Lenda da Mandioca:
Acredito que seja do conhecimento da maioria que a mandioca é um alimento genuinamente brasileiro, para ser mais exata ele vem do norte do Brasil, sendo cultivado pelos índios como um de seus principais alimentos, pré-colonização. Em minhas pesquisas encontrei duas versões em interessantes, uma acredito que seja do conhecimento de todas a outra nem eu fazia ideia, porém achei interessante compartilhar as duas. Então vamos lá! Reza a lenda Tupi que que certa vez uma índia, teve uma linda filha chamada Mani. Mani era uma menina alegre e adorada por todos. Era a alegria de sua tribo, contudo, certo dia ela não conseguiu se levantar, parecia estar muito doente. O pajé da tribo foi chamado, mas nada pode fazer para salvar a jovem índia. Sua mãe desolada, enterrou a filha dentro de sua oca, o que era costume de algumas tribos, ao enterrar sua filha, a índia percebeu um sorriso tranquilo e sereno na criança. Era como se dissesse que estava tudo bem. Após alguns dias no local onde teriam enterrado Mani, começou a nascer Era uma planta viçosa e bonita, assim como a indiazinha. Na esperança de ser sua filha viva, a mãe cava no local, mas no lugar de sua filha encontra a raiz que serviu de alimento para aquela tribo. Por isso o nome mandioca; é a junção de Mani e oca. Linda história. A outra versão não é tão "romantizada" conta a lenda de um casal de índios que teve dois filhos o pequeno Zôkôôiê e uma menina chamada Atiôlô. O pai Zatiamare, adorava seu filho, porém desprezava a filha. Isso a deixava muito triste e inconsolável. Sabendo que nunca teria o amor de seu pai, a pequena Atiôlô, pede a sua mãe que a enterre viva, quem sabe assim seria útil para o seu povo. Depois de muita insistência a mãe concede o desejo da filha. Então a mãe a enterra na mata. De tempos em tempos a mãe ia visitar o tumulo da filha e cuidar da terra em volta, sempre a mantendo cuidada e irrigada, com esses cuidados a índia Kôkôtêrô, percebeu que começou nascer uma planta muito bonita e viçosa, a mandioca, um alimento gostoso e nutritivo que supriu as necessidades daquela tribo. Eu não encontrei evidência de tal, mas para mim a primeira versão foi suavizada pelos colonizadores, afim, de criar uma história mais bonita e que chamasse mais a atenção, do que o desprezo de um pai para como uma filha.
Mapinguari, o monstro da Amazônia:
Já ouvi falar de bicho feio, mas o Mapinguari é de dar medo em qualquer um. Algumas histórias contam que o monstro da floresta tem quase 2 metros de altura o corpo coberto de pelos, outros dizem que sua carapaça é parecida a pelo de jacaré, que tem apenas um olho e que sua boca enorme fica na altura do estomago, pouco acima do umbigo e para completar essa figura bizarra, ele possui cascos de burro voltado para trás (Daí a origem do seu nome indígena Mapinguari, ou seja, "aquele que tem os pés virados".). A lenda conta que os índios quando chega a uma idade bem avança sofre algum tipo de metamorfose e se transforma nesse bicho horrendo. Eles vagam sozinhos pela floresta deixando um rasto de destruição por onde passam e que seus gritos são parecidos com os de caçadores. Contam que se alguém responder aos seus gritos, ele vai atrás e ranca a cabeça de sua vítima e engole, por sua bocarra. Não deve ser uma cena nada agradável. Os antropólogos não descartam a possibilidade de haver aqui algum simbolismo psicológico ancestral do tipo "aí está o que acontece quando o sujeito vira bicho e perde a cabeça" -, mas o mais provável mesmo é que o Mapinguari simplesmente goste de comer cérebro. Já ouvi falar de bicho feio, mas o Mapinguari é de dar medo em qualquer um. Algumas histórias contam que o monstro da floresta tem quase 2 metros de altura o corpo coberto de pelos, outros dizem que sua carapaça é parecida a pelo de jacaré, que tem apenas um olho e que sua boca enorme fica na altura do estomago, pouco acima do umbigo e para completar essa figura bizarra, ele possui cascos de burro voltado para trás Daí a origem do seu nome indígena Mapinguari, ou seja, "aquele que tem os pés virados". A lenda conta que os índios quando chega a uma idade bem avança sofre algum tipo de metamorfose e se transforma nesse bicho horrendo. Eles vagam sozinhos pela floresta deixando um rasto de destruição por onde passam e que seus gritos são parecidos com os de caçadores. Contam que se alguém responder aos seus gritos, ele vai atrás e ranca a cabeça de sua vítima e engole, por sua bocarra. Não deve ser uma cena nada agradável. Os antropólogos não descartam a possibilidade de haver aqui algum simbolismo psicológico ancestral do tipo "aí está o que acontece quando o sujeito vira bicho e perde a cabeça" -, mas o mais provável mesmo é que o Mapinguari simplesmente goste de comer cérebro.
Fábula: A Raposa e a Cegonha
A Raposa convidou a Cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso. -Você não está gostando de minha sopa? - Perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso. -Como posso gostar? - A Cegonha respondeu, vendo a Raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa. Dias depois foi a vez da cegonha convidar a Raposa para comer na beira da Lagoa, serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima. -Hum, deliciosa! -Exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo -Você não acha? A Raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.
MORAL: às vezes recebemos na mesma moeda por tudo aquilo que fazemos.
Fábula: O Lobo e o Cordeiro
Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água. -Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo -disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome. -Senhor -respondeu o cordeiro -não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando. -Você agita a água -continuou o lobo ameaçador -e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
-Não pode -respondeu o cordeiro -no ano passado eu ainda não tinha nascido.O lobo pensou um pouco e disse: -Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo. -Eu não tenho irmão - disse o cordeiro -sou filho único. -Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado. MORAL: A razão do mais forte é sempre a melhor (Jean de La Fontaine)
Veja como é a criação do mundo na mitologia japonesa;
A mitologia japonesa não possui só uma versão. Tem vários livros, poemas e contos com fatos, personagens e datas conflitantes, tendo mais de duas versões sobre um único conto. A maioria dos contos são tirados de dois livros. O primeiro é o Kojiki, a crônica mais antiga do Japão, compilado há muito tempo, em 712 depois de Cristo, chamada "Registro de Coisas Antigas". Já o segundo é o Nihongi, que representa as "Crônicas do Japão" e foi compilado em 720 depois de Cristo. As lendas nesses compilados não são simples contos, porque são cheios de simbolismos. Inclusive, são levados muito a sério, em vários casos, como na descendência da família imperial. Com isso, criou-se o mundo segundo a mitologia japonesa a partir do Caos, assim como na mitologia nórdica. O Caos era ilimitado e sem forma, sem fronteiras. Dele, uma massa límpida e transparente se formou, virando o Céu, que veio a ser a "Planície dos Céus Elevados". Nela, se materializou a "Deidade do Augusto Centro do Céu". Logo depois, os Céus criaram a "Elevada Augusta Deidade Produtora de Maravilhas" e, em seguida, "Divina Deidade Produtora de Maravilhas". Dessa forma, considera-se essas três divindades as Três Deidades Criadoras. Enquanto isso, tudo que era pesado se assentou gradualmente, criando a Terra, o que demorou um período incrivelmente longo até que tudo se tornasse sólido. Dizem que o estágio primordial da Terra assemelhava-se a uma mancha de óleo flutuante, como uma água-marinha na água. De repente, dois seres imortais nasceram das entranhas da Terra: "Deidade Príncipe Primogênito do Agradável Jorro do Tubo" e a "Deidade Celestial Eternamente Pronta". Com as três divindades anteriores, os cinco são considerados como as Divindades celestiais especiais. Então, muitos deuses nasceram e cresceram. Logo após, os últimos deuses a nascer foram as Deidades "Aquele que é convidado" e "Aquela que convida", que foram responsáveis por criar o arquipélago japonês. Eles também tinham a função de preencher o mundo e criar condições de vida.
Caipora, protetor das matas:
Para muitos estudiosos, o Caipora (ou Caapora) é uma simples derivação do Curupira. Caapora, em tupi, significa "habitante do mato", denominação fiel deste ser que, nos primórdios da colonização portuguesa, foi ignorado pelos jesuítas, tão hábeis em recensear os mil disfarces de que se valeu o Diabo para introduzir-se nas matas brasileiras. Pertencente à mesma classe dos entes protetores da floresta. Ele desenvolveu, contudo, um tipo próprio bastante diferenciado do Curupira: enquanto este se apresenta como um moleque franzino e de pés invertidos, o Caipora toma a figura de um brutamontes com o corpo coberto de pelos e montado num gigantesco porco-do-mato. Em outros momentos é contado que caipora é uma mulher, uma índia. Em ambas as lendas o caipora é um protetor das matas e animais, tendo o poder de ressuscitar animais que foram abatidos por caça. Para mim a caipora sempre será uma índia de tamanho pequeno de pele avermelhada, com roupas que mistura as origens africanas, já que várias de nossas lendas tem base na matriz africana e cabelos vermelhos que sempre fala por rimas, quem aí tiver mais de 30 anos com certeza vai se lembrar desse personagem do extinto programa de TV Castelo Rá-Tim-Bum, exibido pela TV Cultura. Sempre terei em minhas memorias essa imagem dessa celebre criatura das matas amazônicas. Para muitos estudiosos, o Caipora (ou Caapora) é uma simples derivação do Curupira. Caapora, em tupi, significa "habitante do mato", denominação fiel deste ser que, nos primórdios da colonização portuguesa, foi ignorado pelos jesuítas, tão hábeis em recensear os mil disfarces de que se valeu o Diabo para introduzir-se nas matas brasileiras. Pertencente à mesma classe dos entes protetores da floresta. Ele desenvolveu, contudo, um tipo próprio bastante diferenciado do Curupira: enquanto este se apresenta como um moleque franzino e de pés invertidos, o Caipora toma a figura de um brutamontes com o corpo coberto de pelos e montado num gigantesco porco-do-mato. Em outros momentos é contado que caipora é uma mulher, uma índia. Em ambas as lendas o caipora é um protetor das matas e animais, tendo o poder de ressuscitar animais que foram abatidos por caça. Para mim a caipora sempre será uma índia de tamanho pequeno de pele avermelhada, com roupas que mistura as origens africanas, já que várias de nossas lendas tem base na matriz africana e cabelos vermelhos que sempre fala por rimas, quem aí tiver mais de 30 anos com certeza vai se lembrar desse personagem do extinto programa de TV Castelo Rá-Tim-Bum, exibido pela TV Cultura. Sempre terei em minhas memorias essa imagem dessa celebre criatura das matas amazônicas.
Akuanduba, o deus da flauta:
Esta divindade da mitologia brasileira é típica dos índios araras, que habitavam a margem do rio Iriri, no Estado do Pará. De acordo com a lenda, Akuanduba toca a flauta para garantir o equilíbrio do mundo. Caipora, divindade protetora da floresta: Esta não é uma divindade específica, mais correto seria dizer que é um "tipo de divindade". Essas criaturas têm o dom de imitar qualquer som e a usam para enganar caçadores e fazer com que se percam na mata. Desse modo, são tidas como protetoras das matas e dos animais. De modo geral, as Caiporas andam em bando. Além disso, elas têm um senso de humor bem peculiar, tendo como passatempo pregar peças em qualquer um que ande desavisado pela mata. Por isso, há uma lenda de que antes de entrar na floresta é preciso presentear a Caipora.
Iara, deusa das águas:
A lenda da Iara já é conhecida dos brasileiros e conta sobre uma índia que virou uma espécie de sereia protetora das águas. Além disso, ela é dona de uma voz tão boa, bonita e tocante que o homem que a ouve morre de paixão por ela. Sua aparição é relatada por muitos pescadores.
Kianumaka-Manã, a deusa onça: É uma deusa e guerreira que carrega a força das onças pintadas. Além disso, é uma deusa de liberdade e possui um espírito-livre, que abençoa a batalha dos índios.
Sumá, o deus da agricultura:
De acordo com a lenda, Sumá teria aparecido de forma misteriosa e se tratava de um homem branco, que andava ou flutuava no ar e possuía longos cabelos e barbas brancas. Então, o deus começou a ensinar o povo da selva a arte da agricultura. Em seguida, ensinou habilidades como a de transformar mandioca em farinha, além de regras morais. Além disso, ele é uma espécie de curandeiro que cuida dos povos da floresta.
Acauã, a deusa das mulheres:
Segundo a lenda, Acauã é uma espécie de uma fada pássaro que enfeitiça as mulheres. Além disso, essa deusa possui penas com cores encantadoras que funcionam como arma para seduzir as moças e levá-las embora. Ela é associada também à maternidade, à fertilidade e à proteção das mulheres em todas as fases de suas vidas, desde o nascimento até a maturidade. Acauã é venerada como uma figura que personifica a essência feminina, inspirando confiança, resiliência e poder às mulheres que a invocam em suas jornadas.
Amazonas, as índias guerreiras:
Quem dia que em terras tupiniquins haveria mulheres guerreiras, dotas de habilidades de luta e eximias arqueiras e vou ainda mais longe, essa tribo só de mulheres é que possivelmente foi o motivo do rio amazonas ter esse novo. Algum tempo atrás eu tinha lido o assunto, mas acabei não dando muita importância, na época até achei que seria algum erro ou alguma história mal contada. Mas agora pesquisando a fundo as lendas brasileiras, descubro que as lendas são verdadeiras. Segundo alguns relatos as índias guerreiras existiram mesmo, mas infelizmente a história delas sofreu muitas alterações, principalmente dos expedicionários espanhóis. Na lenda, as icamiabas eram mulheres altas, musculosas, de pele clara, cabelos compridos e negros, foram encontradas quando expedicionários espanhóis, liderados pelo espanhol Francisco Orellana, chegaram em 1542 à região que hoje é conhecida por Amazônia. Eram conhecidas pelos povos indígenas como icamiabas, mas devido os seus costumes, logo foram associadas às guerreiras Amazonas, da mitologia grega. Segundo Frei Gaspar Carvajal, essas mulheres lutavam nuas, com apenas os arcos cobriam "suas vergonhas" e lutavam como homens, habilidades de luta que ele jamais tinha visto. Tanto que elas saíram como vencedoras no embate que tiveram contra os espanhóis as margens do rio Nhamundá. Outro relato que se assemelha as guerreiras gregas é a forma que as icamiabas se reproduziam, aí já não sabemos se é real ou apenas invencionismo dos colonizadores, uma vez por anos guerreiros de tribos vizinhas eram convidados para um "festival da lua", deusa que as índias adoravam, para terem relações sexuais com elas. Após o nascimento das crianças, os meninos eram entregues as tribos dos guerreiros e as meninas ficavam para ser treinadas. Independente dessas histórias serem reais ou não, acho muitíssimo valido repercutir essa lenda como todas as outras que temos espalhadas pelo nosso país. Acredito que como estamos vivendo um momento de empoderamento da mulher, uma mitologia como essa poderia fazer a diferença para várias meninas de todo o país. (Transcrição de: LADYLENE APARECIDA)
Mitologia celta origem:
Os celtas foram um conjunto de povos que existiu de 600 a.C. a 600 d.C. e que surgiu a partir da evolução cultural de populações que habitavam na Europa Central. Com o tempo, esses povos espalharam-se por todo o continente europeu e chegaram até a região da Ásia Menor, na atual Turquia.
A mitologia celta foi registrada no período medieval pelos primeiros monges cristãos na Irlanda, e foram recitados nas cortes dos reis como uma forma de história coletiva. Na Inglaterra, foram os invasores normandos que se interessaram pelas lendas locais de um rei mágico chamado Arthur.
Costuma-se dividir a mitologia celta em três classes, segundo as crenças a elas associadas - a Goidélica, irlandesa e escocesa; a Britânica Insular, galesa e da Cornuália; e Britânica Continental, da Europa Continental.
-Sucellus: era o mais importante no panteão celta. Considerado o rei dos deuses, representava a fertilidade, a agricultura e as florestas. -Cernuno: deus dos animais. Os celtas acreditavam que esta divindade possuía a capacidade de assumir a forma de animais. -Taranis: deus do trovão. Teutates: deus protetor da tribo. Era considerado um guerreiro. -Epona: deusa galo-romana da terra, associada à fertilidade do solo. Era representada junto a um cavalo. -Goibniu: deus da arte e da ourivesaria. - Arianrhod: deusa do lar. -Tan Hill: deusa do fogo. -Fand: deusa do mar. -Lugh: deus guerreiro e artesão. Possuía a capacidade de confeccionar armas com poderes mágicos. -Belenus: deus do fogo e da luz. -Dagda: deus da sabedoria e da magia. -Morrigan: deusa da guerra. -Chuchulain: embora faça parte da mitologia celta, não é um deus. Ele é um guerreiro herói, que possui uma lança cheia de pontas com a qual ataca os inimigos. -Manannán Mac Lir: deus do mundo dos mortos e dos mares. - Macha: deusa da sabedoria, da guerra e da morte. -Aine de Knockaine: deusa-fada da fertilidade e do amor na mitologia irlandesa. -Maponus: deus associado à juventude. Foi cultuado, principalmente, na região norte da Grã-Bretanha e na Gália. Era filho da deusa Dea Matrona. -Maeve: deusa da caça e da guerra na Irlanda. - Brigid: deusa da sabedoria e das artes.- Aengus: deus associado à juventude e ao amor. - Aengus: deus celta da juventude e do amor.
As Pirâmides Egípcias
As pirâmides do Egito exercem enorme fascínio, seja pela sua beleza, pela sua história ou mesmo pelos seus mistérios. Apesar dos avanços nos estudos sobre essas incríveis estruturas de pedra construídas há milhares de anos, ainda restam muitos enigmas arqueológicos à espera de decifração. (Revisão por Juliana Bezerra • Professora de História Escrito por Carlos Neto)!
Vejamos o que os cientistas descobriram até agora:
1. O que são e para que serviam as pirâmides do Egito: As pirâmides são túmulos de antigos faraós (os reis do Egito Antigo), bem como de seus cônjuges e até de suas mães. Uma das últimas pirâmides descobertas por arqueólogos, em 2008, teria sido construída há cerca de 4.300 anos para abrigar os restos mortais da mãe do faraó Teti, que deu início à 6ª dinastia do Antigo Egito. Mas nem sempre foi consenso que as pirâmides são túmulos. No século XVIII chegou-se a acreditar que as pirâmides poderiam ter servido para outros fins, como refúgio ou grandes silos para armazenamento de alimentos. Mas essas teorias não vingaram. Está comprovado que as pirâmides são gigantescos mausoléus servindo para assegurar a existência do faraó após a morte.
2. Quantas pirâmides existem no Egito:Com a descoberta de 2008, são ao todo 123 pirâmides conhecidas, sendo que nem todas se encontram de pé ou em bom estado de conservação como as famosas pirâmides de Gizé. Por exemplo: em 2017, foram encontradas, na necrópole Dahchur, ao sul do Cairo, ruínas de uma pirâmide de aproximadamente 3.700 anos de idade. Portanto, são restos de uma antiga estrutura descobertos por meio de escavações arqueológicas. Nomes das três pirâmides mais conhecidas. As pirâmides mais famosas do Egito são as três pirâmides de Gizé. A menor é a Miquerinos, depois vem a Quéfren e a maior de todas é a Quéops. Esses são os nomes dos faraós para os quais as pirâmides foram construídas.
3. Qual a maior das pirâmides egípcias: A maior de todas as pirâmides é a de Quéops, localizada na cidade de Gizé, a apenas 20 km da capital Cairo. Também conhecida como a Grande Pirâmide de Gizé, esse túmulo foi construído por volta de 2.584 a.C. e possui impressionantes 145 metros de altura com 230 metros de largura! Isso equivale a um prédio de mais de 40 andares. Incrível, não é mesmo. Esse colosso da Antiguidade é composto por 2,6 milhões de blocos de pedras talhadas com volume médio de 1,3 m³ cada. Ao lado dessa magnífica construção, há outras duas pirâmides, que compõem a chamada necrópole (ou cemitério) de Gizé: a dos faraós Quéfren e Miquerinos, além da Esfinge. A pirâmide do faraó Quéops é a mais antiga e a única das Sete Maravilhas do Mundo Antigo que se encontra praticamente preservada até hoje. Porém, a múmia do faraó nunca foi encontrada.
4. Por que as pirâmides são assim: Em outras palavras: por que construir túmulos nesse formato e gigantescos, maiores que muitos edifícios modernos. Em primeiro lugar, é preciso olhar para o formato das pirâmides. São estruturas que apontam para cima, simbolizando a ascensão ao céu. O tamanho também tem a ver com isso: quanto mais alta a pirâmide, mais próxima do céu. A grandiosidade das pirâmides tem a ver com poder A grandiosidade e o luxo desses túmulos se explicam pela importância política e religiosa das pessoas que eram sepultadas ali dentro. O faraó, além de ser a principal liderança política do Egito Antigo, era considerado filho de algum deus do panteão egípcio. Alguns faraós, inclusive, chegaram a ser cultuados como deuses já em vida. Portanto, esses túmulos representavam todo seu poder político e religioso que detinha. Daí a grandiosidade e o luxo das pirâmides. Essas estruturas de pedra foram feitas para durar. Além disso, a crença de que o espírito permanecia vivo após a morte caso o corpo fosse preservado -o que explica a mumificação - fez com que fossem construídos túmulos feitos para durar e para não serem violados. Assim, as pirâmides são refúgios feitos para resistirem à passagem do tempo e para evitar saques. A mastaba, tipo de túmulo usado pela nobreza, era mais vulnerável à ação de ladrões. Não nos esqueçamos de que nas pirâmides, além do corpo embalsamado do faraó, também eram armazenados os bens terrestres necessários na vida no Além.
Mitos e Lendas: Região Norte:
A região norte do país é uma das mais que tem influência da cultura indígena. Suas lendas são baseadas em seres extraordinários que protegem a mata e os animais, outras para prevenir os índios mais novos se aventurassem no meio da mata fechada ou fossem em lugares que eram perigosos.
Boto Cor de Rosa, o Homem-Boto: Como a lenda acima, acredito que a lenda do boto foi muito influenciada pelos colonizadores, até para explicar o "surgimento" de mulheres gravidas, que não sabiam quem era o pai de seus filhos. Reza a lenda que em noites quentes de baile, nas cidades ribeirinhas, o boto cor de rosa, se transformava em um galante rapaz, vestido de roupas brancas e com um chapéu de mesma cor, que por nada ele tirava da cabeça, contam que era para esconder o orifício de respiração do boto. Seu único objetivo depois que sai do seu habitat e seduzir as moças principalmente as consideradas puras e castas, e engravidá-las. Ninguém sabe explicar se as crianças nascidas têm algum elemento de seu pai boto. O olho seco do boto-tucuxi é usado até hoje como talismã para atrair o amor das mulheres que se recusam a cair na lábia dos homens despidos de qualquer encanto.
Anhangá, o deus do submundo
Além de ser a divindade do submundo, Anhangá também é tido como o deus dos mortos. De acordo com as narrativas indígenas, ele costuma castigar as más pessoas de forma cruel. Além disso, ele é visto como um inimigo de Tupã e o único a rivalizar em poder. No entanto, na cultura tupi-guarani, a aparição de Anhangá é considerada um mal presságio. Ele também protege os animais da caça desenfreada, preservando o equilíbrio da natureza.
Anhum, deus da melodia: responsável pelo o sacro Taré, instrumento que avisa quando os deuses estão chegando. De acordo com a lenda, ele emite um som único e nunca antes visto. Além disso, teria sido ele o responsável por trazer a música à humanidade.
Picê, deusa das artes e da poesia: Por fim, o último Deus da mitologia brasileira. De acordo com a lenda, Picê trouxe mais alegria para as pessoas por meio de seus versos.
O Leão Apaixonado, Fábula de Esopo:
Certa vez um leão se apaixonou pela filha de um lenhador e foi pedir a mão dela em casamento. O lenhador não ficou muito animado com a idéia de ver a filha com um marido perigoso daquele e disse ao leão que era uma honra, mas muito obrigado, não queria. O leão se irritou; sentindo o perigo, o homem foi esperto e fingiu concordava: -É uma honra, meu senhor. Mas que dentões o senhor tem! Que garras compridas! Qualquer moça ia ficar com medo. Se o senhor quer casar com minha filha, vai ter que arrancar os dentes e cortar as garras. O leão apaixonado foi correndo fazer o que o outro tinha mandado; depois voltou à casa do pai da moça e repetiu seu pedido de casamento. Mas o lenhador, que já não sentia medo daquele leão manso e desarmado, pegou um pau e tocou o leão para fora de casa.
Moral da história: Quem perde a cabeça por amor, sempre acaba mal.
Fábula A Lamparina:
Uma lamparina cheia de óleo gabava-se de ter um brilho superior ao do Sol. Um assobio, uma rajada de vento e ela apagou-se. Acenderam-na de novo e lhe disseram: -Ilumina e cala-te. O brilho dos astros não conhece o eclipse.
MORAL DA HISTÓRIA: A história ensina que a arrogância e a presunção podem levar ao fracasso. E que é importante ser humilde.
A lamparina se gabava de seu brilho, mas quando confrontada com uma força maior, como a rajada de vento, sua luz foi apagada. Por outro lado, os astros, como o Sol, mantêm seu brilho constante e não são afetados por eventos temporários, como eclipses.
A Cabra e o Asno
Uma cabra e um asno comiam ao mesmo tempo no estábulo. A cabra começou a invejar o asno porque acreditava que ele estava melhor alimentado, e lhe disse: -Tua vida é um tormento inacabável. Finge um ataque e deixa-te cair num fosso para que te deêm umas férias. Aceitou o asno o conselho, e deixando-se cair, machucou todo o corpo. Vendo-o o amo, chamou o veterinário e lhe pediu um remédio para o pobre. Prescreveu o curandeiro que necessitava uma infusão com o pulmão de uma cabra, pois era muito eficiente para devolver o vigor. Para isso então degolaram a cabra e assim curaram o asno. MORAL: quem age por maldade, acaba por sofrer do próprio veneno.
A Formiga e a Cigarra
Enquanto a formiga trabalhava, recolhendo alimentos durante o verão inteiro, sua companheira cigarra estava mais preocupada em cantar. Quando chegou o frio e a chuva do inverno, a primeira tinha garantido o seu sustento. Já a segunda não tinha o que comer. Foi aí que a cigarra procurou a formiga, pedindo que dividisse com ela aquilo que recolheu. A formiga respondeu: Você não passou o verão todo cantando, enquanto eu trabalhava? Então agora se vire sozinha. Precisamos ser independentes e garantir o nosso futuro, sem depender do trabalho dos outros.